Como aumentar a imunidade dos clientes da sua operadora em tempos de coronavírus
Com o avanço da pandemia de Covid-19, muitas pessoas têm procurado por receitas para aumentar a imunidade e se proteger do contágio com o novo coronavírus.
Na ótica do gestor de medicina preventiva, trata-se de uma excelente oportunidade para promover uma campanha de conscientização entre os usuários de planos de saúde.
Em meio a fake news e muita desinformação a respeito da pandemia, é preciso agir proativamente e oferecer aos beneficiários uma fonte confiável de informações com o selo da sua operadora.
Quer saber como fazer isso?
Continue lendo este artigo!
Não há receita milagrosa para imunidade
A primeira medida é deixar claro que não existe alimento ou remédio que garanta a imunização contra a Covid-19.
Ou seja: ingerir doses de vitamina C, mel, limão, gengibre ou mesmo uma injeção de “soro milagroso” não tem nenhum efeito real para melhorar as defesas do organismo contra o vírus.
Pelo contrário, a melhor forma de garantir o bom funcionamento do sistema imunológico é adotar hábitos saudáveis no dia-a-dia.
Então não basta alertar sobre a falta de comprovação científica daquela receita milagrosa recebida pelo WhatsApp. É hora de divulgar alternativas para que as pessoas possam realmente reforçar suas defesas imunológicas.
Não importa se a sua campanha utiliza meios eletrônicos ou impressos (ou talvez uma combinação das duas plataformas), é fundamental destacar medidas que realmente funcionem e tenham comprovação científica no aumento da imunidade.
Nesse processo, a operadora deve deixar bem claro que está falando do bom funcionamento do sistema imunológico de maneira geral, e não apresentando uma solução específica para a prevenção da Covid-19.
Sabemos que o fato do novo coronavírus não ter um histórico de contágio com o ser humano dificulta ainda mais a identificação e o combate do invasor por parte das defesas do organismo.
Mesmo com o sistema imunológico em perfeito funcionamento, não há garantias de que alguém esteja 100% livre do risco de contrair a doença.
Dito isto, que hábitos sua operadora deve incentivar e de que forma eles podem aumentar a imunidade dos seus beneficiários?
1. Manter uma boa alimentação
Apesar de não existIr qualquer substância capaz de impedir o contágio com o novo coronavírus, alguns alimentos podem fortalecer o sistema imunológico para combater uma possível infecção.
É sabido que a nutrição é capaz de modular a resposta imune e que uma dieta balanceada ajuda o organismo a enfrentar os invasores.
Nesse contexto, os principais responsáveis por aumentar a imunidade são os micronutrientes (vitaminas e minerais) contidos na nossa alimentação.
Alimentos ricos em vitaminas A, C e E, selênio, zinco e licopeno possuem propriedades antioxidantes. Enquanto alimentos com altos teores de ômega 3, probióticos ou prebióticos agregam propriedades anti-inflamatórias à dieta.
Os probióticos estão presentes em alguns leites fermentados, iogurtes, kefir e kombucha, ricos em bactérias e leveduras que atuam no intestino e melhoram a imunidade.
Já os prebióticos estão presentes nos alimentos com fibras solúveis (como aveia, alho, banana ou maçã) e podem estimular o crescimento e a ação de bactérias e fungos benéficos para a flora intestinal.
Também é importante incentivar o consumo de frutas e verduras cruas (ricos em vitamina C e polifenóis) e de castanhas (ótimas fontes de selênio).
Mas não basta apenas apresentar ao beneficiário uma lista extensa de alimentos benéficos para o sistema imunológico.
Dentro de uma campanha informativa, sua operadora deve priorizar ações práticas de reeducação alimentar e oferecer um guia confiável para que as pessoas possam efetivamente melhorar suas dietas.
Uma boa ideia é enriquecer o material com receitas práticas e dicas de preparo para facilitar o processo de reeducação e aumentar o engajamento à campanha.
Esse tipo de estratégia é de fundamental importância, já que muitas pessoas vêm encontrando grandes dificuldades para manter uma boa alimentação durante a quarentena.
2. Cuidar da qualidade do sono
Durante o sono, uma série de hormônios atua para regular a resposta imunológica, modulando a ativação das células responsáveis pela imunidade T e B (linfócitos, monócitos e macrófagos) e estimulando a liberação de citocinas (moléculas mediadoras de inflamação).
Por outro lado, dormir pouco ou mal faz o organismo produzir cortisol (o “hormônio do estresse”), cuja presença em excesso no organismo pode debilitar o sistema imunológico.
Estudos já demonstraram que indivíduos saudáveis que dormem menos de sete horas por noite estão mais propensos a contrair resfriados e doenças relacionadas, por conta da imunidade baixa.
Além de deixar o organismo mais vulnerável à ação de vírus e bactérias, as noites mal dormidas também estão associadas ao ganho de peso. Pesquisas recentes afirmam que falta de sono e obesidade estão diretamente ligadas, o que aumenta ainda mais o risco desses indivíduos diante do novo coronavírus.
Este é um tema ainda pouco explorado pelas operadoras de saúde como estratégia de medicina preventiva. Mas a demanda por estas ações vem crescendo, enquanto cada vez mais pessoas relatam dificuldades para dormir durante a pandemia.
Sabendo disso tudo, sua operadora deve procurar conscientizar seus beneficiários sobre a importância de dormir bem e oferecer apoio para quem tem dificuldades em manter uma rotina de sono, com horários fixos para dormir e acordar.
Um dos pontos principais é reservar a noite para o descanso, evitando trocar horas de sono noturno por atividades como trabalho, televisão ou equipamentos eletrônicos.
Outras orientações para um sono saudável:
- Não ingerir álcool ou cafeína antes de dormir;
- Procurar dormir sempre no mesmo horário;
- Evitar comer até três horas antes de dormir;
- Manter o ambiente escuro e em uma temperatura agradável;
- Se o sono não vier em até 30 minutos, ler um livro, escutar músicas relaxantes ou fazer alguma atividade leve.
3. Praticar exercícios físicos
A prática regular de atividade física ajuda a aumentar a imunidade, estimulando o organismo a produzir células de defesa capazes de eliminar células tumorais ou infectadas por vírus.
Fazer exercícios de intensidade moderada durante 30 a 60 minutos por dia já é o bastante para promover melhoras na capacidade de defesa do sistema imunológico. É o que sugerem pesquisas recentes sobre o tema.
Além de aumentar a imunidade, a atividade física contribui para a saúde mental e diminui o risco de desenvolver diversas doenças crônicas – dois fatores de extrema importância em tempos de pandemia.
Se antes sua operadora promovia corridas, caminhadas e grupos de exercícios ao ar livre, chegou a hora de repensar suas ações voltadas à prática de atividade física.
Com o isolamento social, o ideal é incentivar atividades que possam ser realizadas em ambiente residencial, individualmente ou no máximo com a participação de quem mora na mesma casa.
Caso ocorram em espaços públicos (como uma caminhada pelo bairro, por exemplo), essas atividades devem ser realizadas sem qualquer interação com outras pessoas.
Muitas pessoas que antes praticavam esportes ou atividades físicas ao ar livre podem regredir para o sedentarismo diante da necessidade de isolamento imposta pela pandemia. Sua operadora pode (e deve) ajudá-las sugerindo algumas alternativas.
Para quem tem crianças em isolamento social, uma boa ideia é organizar brincadeiras com a participação de toda a família. Vale pular corda, elástico, amarelinha, pega-pega, esconde-esconde, caça ao tesouro ou mesmo dançar ao som da playlist preferida dos pequenos.
As famílias que dispõem de mais espaço podem jogar futebol, basquete, andar de bicicleta ou patinete. Quem não dispuser de uma área ao ar livre, pode usar uma garagem ou até mesmo um corredor mais espaçoso.
Para idosos e adultos sem filhos, limpar a casa, fazer alongamento e pequenas caminhadas são atividades que estimulam nosso sistema imunológico.
Algumas operadoras estão produzindo vídeos com profissionais de Educação Física para orientar a prática de exercícios simples, como polichinelos, abdominais, agachamentos e outras atividades funcionais para manter o condicionamento físico durante o isolamento
No caso dos exercícios, é importante oferecer a orientação de um profissional qualificado para evitar que as pessoas exagerem na intensidade ou façam algum movimento de forma errada, o que pode causar mais prejuízos do que benefícios à saúde.
De uma maneira geral, o exercício de intensidade moderada promove proteção contra infecções causadas por microrganismos intracelulares, pois direciona a resposta imune para a predominância de células Th1.
Em contrapartida, atividades de alta intensidade geram aumento das concentrações de citocinas anti-inflamatórias (padrão Th2), que visam reduzir danos no tecido muscular mas podem resultar no aumento da susceptibilidade a infecções.
4. Reduzir o nível de estresse
Diversos estudos já comprovaram que o estresse reduz a capacidade dos leucócitos, através da ação dos hormônios nas interleucinas, proteínas envolvidas na ativação ou supressão do sistema imune.
Se isso não basta para justificar ações mais focadas da sua operadora no combate ao estresse, é importante lembrar que a ansiedade causada pelo isolamento social e as incertezas quanto a um tratamento eficaz ou vacina para a Covid-19 tornam esse tema ainda mais relevante.
Quando sentimos medo, nosso organismo produz hormônios como a adrenalina e o cortisol, que normalmente são voltados para acionar uma resposta de defesa do corpo. Quando produzidos em excesso, contudo, estes mesmos hormônios podem acabar deprimindo o sistema imunológico.
E o que é pior:
O agravamento da pandemia, com o acúmulo de tarefas e de atividades repetitivas durante o isolamento, fez com que o casos de estresse e ansiedade no país mais do que dobrassem no Brasil.
É hora da sua operadora acionar o time de psicólogos e terapeutas para ajudar as pessoas a gerenciar essa crise, que também é emocional.
Investir no teleatendimento psicológico ou mesmo em atividades como ioga, meditação e mindfulness podem ajudar a reduzir os níveis de estresse e aumentar a imunidade dos seus beneficiários.
5. Evitar o consumo de álcool e tabaco
De acordo com estudos realizados pelo Instituto Norte-Americano de Alcoolismo e Abuso do Álcool (NIAAA), o consumo excessivo de bebidas alcoólicas enfraquece nosso sistema imunológico, deixando o corpo mais propenso a contrair doenças.
No Brasil, 18% da população adulta afirmou estar bebendo mais desde o começo da pandemia. É o que revela o estudo Convid, realizado em conjunto pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Segundo o levantamento, que ouviu 44.602 pessoas entre 24 de abril e 8 de maio, o maior crescimento aconteceu na faixa etária de 30 a 39 anos. O aumento do consumo também foi relatado pelas pessoas que se sentiram mais tristes e deprimidas neste período.
Já o estudo CovidPsiq, coordenado pela UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), mostrou que 61% dos adultos consumiram álcool durante o isolamento social. Entre eles, 30% disseram ter aumentado o consumo na pandemia.
O hábito de fumar também tem se mostrado nocivo para o bom funcionamento do sistema imunológico.
Além de agentes cancerígenos, o tabaco contém compostos que atuam como agentes pró-inflamatórios e imunossupressores, incluindo nicotina, formaldeído, amônia, monóxido de carbono, benzopirenos, alcatrão, acetona, hidroxiquinona, óxidos de cádmio e nitrogênio.
Pesquisas apontam que a fumaça do cigarro interrompe a homeostase imunológica, causa várias doenças e exerce efeitos paradoxais nas células imunes e teciduais regulando a sinalização de NFκB e MAPK. Ao mesmo tempo em que provoca respostas imunes patológicas, causando a formação de tumores, o tabaco também reduz a função defensiva normal do sistema imunológico.
Por isso, reforçar as campanhas contra o tabagismo e o alcoolismo deve ser uma prioridade da sua operadora em tempos de pandemia.
Pronto! Agora você já tem diversas frentes para trabalhar as ações voltadas a aumentar a imunidade dos seus beneficiários.
Para melhor conscientizar e engajar seu público alvo, envolva toda a equipe das áreas de medicina preventiva e promoção da saúde nesta tarefa.
Não esqueça:
Estas ações não servem apenas para melhorar as defesas imunológicas contra o coronavírus, mas também podem reduzir consideravelmente a incidência de diversas outras doenças crônicas e infecto-contagiosas.
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