Cirurgia bariátrica ajuda a combater obesidade e comorbidades
A cirurgia bariátrica tem tido bons resultados no combate à obesidade. Pesquisas revelam que tem ajudado no controle de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes. Um estudo recente, por exemplo, constatou que pessoas que se submeteram à cirurgia aumentaram a expectativa de vida em 9 anos em relação aos que fizeram tratamentos clínicos.
Contudo a cirurgia deve ser realizada em último caso, quando as outras opções estiverem esgotadas e o IMC continuar elevado. Para os Institutos Nacionais de Saúde dos EUA, a bariátrica pode ser o tratamento mais eficaz para tratar obesidade grave.
De acordo com matéria da Revista Veja, o Brasil é o terceiro país que mais faz bariátricas no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e do Canadá. E entre 2011 e 2018, 424.682 mil cirurgias bariátricas foram realizadas, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. O número sofreu uma queda em 2020 até início de 2022, devido à pandemia de Covid-19, principalmente no SUS.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), o procedimento melhora ou controla cerca de 30 doenças relacionadas à obesidade. Ainda reduz em 60% o risco de desenvolvimento de câncer, e diminui em 85% apneia obstrutiva do sono.
Nove anos a mais de vida para diabéticos
Uma metanálise, publicada na revista médica britânica Lancet, tentou responder o que é mais vantajoso para o tratamento da obesidade com graus elevados: cirurgia ou clínico. Para isso, os pesquisadores analisaram 17 grandes estudos, que envolveram mais de 174 mil indivíduos.
Desse total, uma parte dos pacientes estudados se submeteu a uma cirurgia bariátrica e outra parcela ao tratamento clínico convencional, com medicação. E nestes estudos analisados, todos os pacientes foram acompanhados por um pouco mais de 5 anos.
Os resultados foram surpreendentes. Nos que passaram por uma cirurgia, a expectativa de vida era de 6 anos a mais do que o grupo que fez o tratamento clínico. As mortes também foram 51% menores. Entre os pacientes que tinham diabetes, a mortalidade foi 60% menor. A expectativa de vida aumentou nove anos nos que foram operados.
Métodos da bariátrica são eficazes
Existem vários tipos de bariátricas, mas o mais feito no Brasil é o bypass gástrico. Em 2017, de acordo com a Sbcbm, ele correspondia a 75% das cirurgias realizadas.
Publicado em 2012, o estudo finlandês Sleevepass comparou o efeito do sleeve ao bypass gástrico na perda de peso e comorbidades. E após 10 anos, os participantes da pesquisa passaram por um acompanhamento, publicado na revista Jama.
Os resultados deste acompanhamento mostraram que as cirurgias tiveram sucesso. Os pacientes submetidos ao sleeve obtiveram uma perda de excesso de peso de 43,5% e os de bypass, e 50,7%. Quanto às comorbidades, a remissão de diabetes foi de 26% no Sleeve e 33% no bypass. A hipertensão reduziu em 35% no bypass e 19% no sleeve.
Participaram do estudo original, 240 pacientes entre 2008 e 2010. No grupo, o IMC médio era de 44,6, a idade entre 18 e 60 anos. Do total, 69,6% eram mulheres. O follow up foi realizado em 2021, com 228 participantes. Um dos objetivos foi avaliar a perda de peso e o efeito nas comorbidades.
Saúde Mental e a bariátrica
De acordo com a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), mais de 50% dos pacientes engordarão um pouco após a cirurgia. É considerado normal se esse ganho de peso for 5 a 10% após 24 meses da cirurgia, de forma lenta e sem repercussão clínica.
O reganho de peso é uma das possíveis complicações da bariátrica. De acordo com o estudo Long-term Weight Regain after Gastric bypass: A 5-year Prospective Study, 60% dos pacientes não vão às consultas com a equipe multidisciplinar. É importante reforçar o acompanhamento contínuo.
O paciente que passa por uma bariátrica necessita de um acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. Afinal, ele precisa de ajuda para se adaptar às mudanças em seu corpo e em estilo de vida. E o estado psicológico pode ser afetado pelas restrições alimentares. Por isso, é recomendado a atuação de uma equipe multidisciplinar, com nutricionista e psicólogo.
Dados publicados no artigo “Reganho de peso após o segundo ano do Bypass gástrico em Y de Roux”, apontam que 74% dos pacientes que se submeteram ao Bypass gástrico em Y-de-Roux (BGYR) e obtiveram sucesso no tratamento da obesidade faziam exercícios físicos regularmente.
Obesidade cresce no mundo e no Brasil
As taxas de obesidade têm crescido na população mundial. E isto representará mais gastos tanto no sistema de saúde pública quanto para o suplementar. Hoje, o custo da obesidade grave e mórbida na saúde suplementar do Brasil é de R$ 2.750 por mês (ou R$ 33 mil ao ano). E os gastos tendem a aumentar nos próximos anos. Conforme publicado na Agência Brasil, os sinistros relacionados à obesidade, entre 2015 e 2021, representaram um gasto de R$ 4,8 bilhões.
Estes dados estão em um estudo, encomendado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) e realizado pela Orizon, apresentado no seminário Obesidade no Brasil: Impactos sociais e econômicos e como vencer essa pandemia. . No Brasil, a obesidade cresceu 72% nos últimos treze anos, saindo de 11,8% em 2006 para 20,3% em 2019, segundo o Mapa da Obesidade. De acordo com os dados do Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), a porcentagem de obesos entre os beneficiários de planos de saúde aumentou de 12,5% em 2008 para 19,6% em 2018.
Programas de prevenção e o Previva
A cirurgia bariátrica pode ser uma forma de combater a obesidade e doenças crônicas associadas. Mas para evitar um novo ganho de peso, é importante organizar programas de promoção da saúde e gestão de crônicos. Estes precisam envolver uma equipe multidisciplinar, como educadores físicos, nutricionistas, médicos e enfermeiros. Podem ser realizados encontros periódicos, consultas, acompanhamento, entre outras atividades.
E para ajudar a gestão deste programas existe o software de gestão de crônicos Previva. Com o Previva, é possível fazer a elegibilidade e classificação do paciente, sua inclusão em linha de cuidado customizada, e o principal, acompanhar seus indicadores de saúde.
Saiba mais sobre como a tecnologia pode auxiliar nos programas de medicina preventiva.
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