Entenda os benefícios da cirurgia metabólica para o tratamento do diabetes

Além de promover o emagrecimento e o controle da hipertensão, a cirurgia bariátrica também pode ser bastante eficaz para minimizar os impactos da síndrome metabólica e do diabetes tipo 2 em pacientes obesos.

Contudo, quando indicado especificamente para tratamento dessas doenças, o procedimento ganha o nome de cirurgia metabólica.

Neste artigo veremos no que consiste essa intervenção, a quem ela se destina e como ela pode ser utilizada para prevenir complicações em pacientes diabéticos ou com alto risco de desenvolver a doença.

Confira a seguir!

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O que é cirurgia metabólica

Cirurgia metabólica é a aplicação das técnicas de cirurgia bariátrica para tratar pacientes obesos (IMC > 30) portadores de diabetes tipo 2.

Ela é indicada principalmente para quem não vem obtendo sucesso no controle medicamentoso do nível glicêmico e de outras condições associadas à síndrome metabólica, como hipertensão, colesterol elevado e osteose hepática.

Sua principal diferença em relação à cirurgia bariátrica tradicional é que esta tem como principal objetivo a perda de peso, deixando uma possível contenção de doenças crônicas em segundo plano.

A aplicação da cirurgia metabólica no tratamento de pacientes diabéticos foi aprovada em 2017 pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), sob os seguintes termos:

  • O paciente deve ser portador de diabetes tipo 2 há menos de 10 anos e ter IMC entre 30 kg/m² e 34,9 kg/m²
  • O paciente precisa ter mais de 30 anos e no máximo 70 anos e não pode ter contraindicações para a cirurgia
  • O procedimento deve ter a indicação de dois médicos especialistas em endocrinologia
  • Esta indicação deve ser feita mediante um parecer atestando que o paciente apresentou resistência ao tratamento clínico com antidiabéticos orais e/ou injetáveis, mudanças no estilo de vida e que compareceu ao endocrinologista por no mínimo dois anos

A aprovação pelo CFM se deu mediante a análise de diversos estudos comprovando que a cirurgia metabólica é segura e apresenta resultados positivos de curto, médio e longo prazos, sobretudo na redução da mortalidade causada por problemas cardiovasculares.

Tipos de cirurgia metabólica

Apesar de existirem diversas técnicas diferentes para realizar uma cirurgia bariátrica, no caso da cirurgia com indicação metabólica apenas dois métodos são recomendados.

  • Bypass gástrico com reconstrução em Y-de-Roux (BGYR)
  • Gastrectomia vertical (GV)

De acordo com a determinação do CFM, o método prioritário a ser adotado para pacientes diabéticos com IMC<35 deve ser o bypass gástrico, considerado o padrão ouro para cirurgias bariátricas.

Apenas em casos de contraindicação deste método, a gastrectomia vertical deve ser considerada com uma alternativa, apesar de ser uma técnica mais recente que vem sendo utilizada com sucesso para o tratamento da obesidade em todo o mundo.

Independente da técnica escolhida, todas as cirurgias metabólicas devem ser realizadas por videolaparoscopia, por ser um procedimento minimamente invasivo para o paciente.

Benefícios da cirurgia metabólica

Entre os principais benefícios desta modalidade de cirurgia estão o controle de doenças como hipertensão, dislipidemia (colesterol ou triglicérides alterado), esteatose hepática (gordura no fígado), esofagite (refluxo gastroesofágico) e apneia do sono.

Recentemente, um estudo inédito publicado na revista JAMA Surgery indicou que a cirurgia metabólica é a forma mais eficaz de evitar a progressão da doença renal em pacientes diabéticos.

Desenvolvida pelo Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, a pesquisa acompanhou 100 pacientes diabéticos por um período de cinco anos.

Metade deste grupo foi submetida à cirurgia metabólica e a outra metade foi tratada com a melhor medicação atualmente disponível para o tratamento clínico do diabetes.

Em dois anos, a hemoglobina glicada dos pacientes operados diminuiu 2,6 pontos percentuais, enquanto os pacientes em tratamento exclusivamente medicamentoso tiveram uma redução de apenas 2,2 pontos.

Para os coordenadores do estudo, apesar de comprovar a importância das novas medicações, o resultado foi “surpreendentemente bom” quando se trata de avaliar a eficácia da cirurgia metabólica.

Cirurgia metabólica vs. tratamento com remédios

“O diabetes é uma doença progressiva e também de difícil adesão ao tratamento. Por isso, nota-se uma piora depois de um tempo de acompanhamento nos índices metabólicos, enquanto a cirurgia amputa a evolução das complicações, alcançando 44,5% de pacientes com remissão da doença”, analisa o cirurgião bariátrico Ricardo Cohen, coordenador da pesquisa.

O estudo do Hospital Oswaldo Cruz confirmou também outras vantagens da cirurgia metabólica para o paciente, em comparação com o tratamento clínico-medicamentoso.

Os resultados da pesquisa indicaram que 72% dos pacientes cirúrgicos atingiram as metas da American Diabetes Association para o colesterol LDL. No grupo tratado com remédios esse índice foi de apenas 52%.

O método cirúrgico também se mostrou mais eficaz para manter o nível de triglicerídeos na faixa dos 150 mg/dL. Somente 41% dos pacientes do grupo clínico atingiram esta meta, em comparação com 81% dos pacientes operados.

Outra vantagem clara foi em relação à redução de massa corporal dos pacientes após o tratamento. Menos de 5% dos integrantes do grupo tratado com medicação tiveram uma perda de peso superior a 15%. No caso dos operados, isso ocorreu com 95% dos pacientes.

Impactos econômicos do tratamento cirúrgico

Os custos econômicos do diabetes, tanto para a rede pública quanto para a saúde suplementar, vêm crescendo a cada ano no país.

Entre estes custos, US$ 350 milhões anuais são gastos no atendimento a mais de 80 mil pessoas que necessitam de diálise em decorrência de complicações renais causadas pela doença.

Com base nesses dados, os pesquisadores do Hospital Oswaldo Cruz calcularam o possível benefício econômico com a adoção em massa da cirurgia metabólica no tratamento do diabetes tipo 2 em pacientes obesos.

Segundo o estudo, para atender todos os brasileiros diabéticos portadores de doença renal crônica seriam necessárias apenas 100 cirurgias metabólicas extras por ano, com custo de U$ 3 mil por paciente.

Isso geraria uma economia de US$ 150 mil por pessoa para o sistema de saúde, considerando os custos que cada paciente geraria se desenvolvesse complicações renais e precisasse recorrer à diálise. Nesse caso, a cirurgia seria paga em menos de dois anos.

E a sua operadora? Já cobre cirurgia metabólica?

Agora que você já conhece os benefícios da cirurgia metabólica, é hora de pensar em oferecer o tratamento cirúrgico do diabetes como uma opção para os beneficiários da sua operadora.

Trata-se de um procedimento seguro e de eficácia comprovada, que deve ser indicado como medida preventiva para reduzir as complicações (e os custos) decorrentes da doença.

Veja o que diz o Dr. Luiz Vicenti Berti, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) e um dos pioneiros da cirurgia bariátrica e metabólica no país:

É claro que o ideal é manter o diabetes sob controle e adotar medidas preventivas para grupos de risco antes que a intervenção cirúrgica se torne necessária.

Mesmo tendo a cirurgia metabólica como opção, a prioridade deve ser a prevenção por meio de programas regulares de promoção da saúde voltados para estes grupos.

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