Cobertura vacinal contra HPV e exames Papanicolau podem frear incidência do câncer de colo de útero 

A prevenção é a melhor maneira de cortar custos. E uma forma de se fazer isso é incentivar a imunização. Já existe uma vacina contra o vírus HPV, que é a principal causa do câncer de colo de útero. Porém, a cobertura vacinal ainda é muito baixa e precisa ter a importância reforçada pelas equipes de saúde, principalmente ao se combater a desinformação. 

Além do câncer do colo de útero, a vacina tetravalente previne lesões genitais pré-cancerosas de colo do útero, vulva e vagina em mulheres. Tanto em homens quanto mulheres, impede o desenvolvimento de verrugas genitais. Os tipos 16 e 18 do HPV são responsáveis por aproximadamente 70% de todos os cânceres do colo do útero. E também causam 90% de outros tipos de câncer relacionados ao HPV. Existem mais de 100 tipos de HPV.

O resultado da vacinação contra HPV será visto em alguns anos, já que a imunização iniciou em 2014 em meninas de 9 a 13 anos (foi estendida para 14 anos em 2017 e para meninos). Isto porque é raro a incidência de câncer de colo de útero em mulheres abaixo dos 30 anos. E a mortalidade aumenta de forma progressiva a partir dos 40 anos. É importante continuar a realizar o exame de prevenção, popularmente chamado de Papanicolau. 

Muitas operadoras de saúde têm incentivado as mulheres a fazê-lo, seja ao não cobrar coparticipação durante o outubro rosa, ou, ao criar grupos específicos para cuidar da saúde da mulher. Nestes, são passadas dicas de alimentação, prática de atividades físicas, protocolos de realização de exames preventivos, controle do estresse, entre outras informações. 

A meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) é erradicar o câncer de colo do útero até 2030. No mundo, é a causa de morte de mais de 331 mil. 

Mortalidade do câncer de útero 

Excluindo-se os tumores de pele não melanoma, o câncer do colo do útero é o terceiro tipo de neoplasia maligna mais incidente entre mulheres. Em 2022, devem surgir 16.710 casos novos de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). O risco calculado pelo instituto é de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres. 

Em 2019, a taxa de mortalidade por câncer do colo do útero foi de 5.33 óbitos por 100 mil mulheres e foi ajustado de acordo com a população mundial. As maiores taxas estão na região Norte do país, onde se registrou 12,58 mortes por 100 mil mulheres, se tornando a primeira causa de óbito por câncer feminino nesta região. No Nordeste, a taxa é de 6,66/100 mil e no Centro-Oeste, 6,32/100 mil, e são respectivamente o segundo e o terceiro tipo de câncer que mais mata mulheres.  As regiões Sul e Sudeste tiveram as menores taxas de 4,99/100 mil e 3,71/100 mil.

 Em 2020, segundo o Atlas de Mortalidade por Câncer, 6.627 morreram de câncer. 

Câncer de útero: Cobertura vacinal contra HPV é baixa 

A vacinação contra o HPV foi inserida no calendário vacinal em 2014, para meninas de 9 a 13 anos. E, em 2017, a vacina começou a ser aplicada em meninos de 11 a 14 anos e em meninas de 9 a 14 anos. Quanto à cobertura vacinal, não tem alcançado a meta. Em 2020, 55% das meninas completaram o ciclo de imunização e 36,4% dos meninos. Os dados estão na Agência Brasil. 

Também podem ser vacinados: pacientes com HIV/Aids, transplantados e pacientes oncológicos. A faixa etária nestes casos é de 9 a 45 anos para mulheres e 9 a 26 anos para homens. Nos casos de imunossupressão é necessário a prescrição médica.

Luta contra fake news e desinformação 

A desinformação tem sido uma das piores inimigas da vacinação contra HPV. O estudo Conhecimento e Práticas da População sobre Prevenção do Câncer do Colo do Útero, publicado, em 2022, pela Fundação do Câncer, procurou entender porque os números desta vacina são baixos. Foram ouvidas 7.712 crianças e adolescentes entre 10 e 19 anos; 3.335 pais e responsáveis entre 18 e 82 anos; e 54.617 mulheres na faixa etária de 14 a 83 anos. 

De acordo com a pesquisa, entre 36% e 57% das crianças e adolescentes entrevistados acreditavam que a vacina podia ser prejudicial à saúde. Os pais e responsáveis também demonstraram desconhecimento: 74% pensavam que ela prevenia contra outros tipos de DSTs; 17% não sabiam que previne o câncer do colo do útero, 22% acreditavam que incentivava a iniciação sexual precoce. 

É importante conscientizar os pais de que a vacinação protege contra o câncer e é segura, além de não estimular a iniciação sexual precoce. A vacinação é importante para os garotos, não apenas para que eles não transmitam o vírus no futuro para as mulheres, como para protegê-los de doenças relacionadas aos HPV. 

Diagnóstico e a saúde suplementar 

Através do exame preventivo do câncer do colo do útero (Papanicolau) é possível detectar lesões e fazer o diagnóstico precoce da doença.

O estudo “Análise da Assistência à Saúde da Mulher na Saúde Suplementar Brasileira” realizado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) antes da pandemia, com dados entre 2013 e 2018, mostrou que o número de internações por câncer de colo de útero diminuiu de 12,3 mil para 12,1 mil. O que significa uma retração de 2,3%. Este número não pode ser considerado positivo, visto que foi detectado uma redução de 6,8%, na mesma época, na realização do exame diagnóstico preventivo de câncer de colo de útero, conhecido como Papanicolau. 

Este mesmo estudo realizado no intervalo 2015 e 2020 mostra que a realização do exame de Papanicolau caiu 30,4%. Somente no intervalo de 2019 a 2020 a redução foi de 24,4%. A faixa etária estudada foi de 25 a 59 anos.  Em 2015, a cada 100 beneficiárias de planos de saúde, 47,9 fizeram Papanicolau. Para 2019, a proporção foi de 44,7. E em 2020, foi de 34,4. Isto significa que muitas mulheres não foram diagnosticadas. 

Este número baixo de 2020 está relacionado à pandemia da Covid-19. Durante 2020 e 2021, muitos procedimentos eletivos, exames e consultas foram postergados. São 625 mil casos de todos os tipos câncer por ano previstos neste triênio (2020-2022), de acordo com o Inca. Muitos destes não foram detectados devido à baixa no número de exames para diagnóstico. Leia mais sobre isso aqui. 

Pesquisas avançam sobre a vacina 

Já existem estudos sobre a realização de uma dose única da vacina. Uma pesquisa do Massachusetts General Hospital, nos Estados Unidos concluiu que uma dose única da vacina contra o papilomavírus humano (HPV) protege tanto quanto um esquema vacinal de duas ou três doses.  O estudo foi realizado com cerca de 2.300 mulheres sexualmente ativas com idades entre 15 e 20 anos, no Instituto de Pesquisa Médica do Quênia. 

Saiba mais sobre o Previva 

A vacinação é imprescindível para evitar doenças. Uma vacina que previne contra o câncer de colo de útero é um grande avanço da ciência. Cabe aos profissionais de saúde orientar os pais e responsáveis e combater a desinformação. Esse tipo de câncer leva ao óbito mais de 6 mil mulheres no Brasil anualmente. 

Como a vacinação é recente, ainda é importante reforçar os exames periódicos para as outras mulheres. Quando detectado precocemente, o câncer de colo de útero pode ser curado. Incentivar a prevenção e a realização de exames periódicos é a melhor maneira de diagnosticar o câncer precocemente. 

Diante da diminuição dos exames nos últimos anos, principalmente no período da pandemia, as operadoras de saúde devem redobrar campanhas para alertar os beneficiários. 

Uma outra forma, é através de programas e campanhas voltados ao público feminino. A plataforma de Medicina Preventiva Previva é uma excelente ferramenta para auxiliar no gerenciamento de programas. Com o software, os médicos podem acompanhar os exames feitos pelo paciente, o histórico e o tratamento. É possível saber se o paciente já teve câncer, o que torna ainda mais importante a realização de exames preventivos.

Também podem visualizar os beneficiários que melhor se encaixam nos programas. Ou ainda se adotam comportamentos de risco, como o tabagismo, que é associado ao câncer de colo de útero. Esta poderia participar também de um programa antitabagismo. Através de uma busca no banco de dados, pode-se averiguar quais as faixas etárias dos participantes, se tem alguma pré-disposição, e pedir exames específicos. 

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