Idosos são a maioria entre pacientes com multimorbidades
As multimorbidades têm crescido no Brasil e elas afetam a qualidade de vida de milhares de pessoas. A incidência de mais de uma comorbidade afeta, sobretudo, a qualidade de vida de idosos, principalmente, por aumentarem o risco de quedas, de hospitalização, afetarem a saúde mental (casos de depressão e ansiedade), terem associação com quadros de demência e um maior risco de morte.
Esse quadro tem triplicado no país nos últimos anos. O estudo, publicado em 2023, “(IESS), aponta que houve um aumento de significativo de multimorbidades entre usuários de planos de saúde entre 2013 e 2019. O crescimento passou de 28,1 para 34,5%.
O estudo também detectou o crescimento de multimorbidades em alguns grupos específicos, como entre as mulheres, que passou de 32,7 para 39,8%, e pessoas pardas, que foi de 25,5% para 31,7%. Também subiu de 33,0% para 38,5% na faixa etária de 40 a 59 anos. E ainda cresceu o número de duas ou mais doenças crônicas entre as pessoas que declararam não ter instrução ou ter não o ensino fundamental completo, foi de 48,7 para 57,9% e residentes de área urbana, de 28,0 para 34,6%. Um destaque é que para as pessoas que declararam ter uma boa saúde, a porcentagem de multimorbidades subiu de 22,4% para 30,8%.
Os pesquisadores do IESS perceberam que o número de pessoas com duas ou mais doenças crônicas dispara à medida que a população envelhece. Em 2019, os idosos foram o maior grupo com multimorbidade, com 61,7%. Ou seja, mais da metade das pessoas com 60 anos ou mais. Em termos de comparação, a faixa etária de de 40 a 59 anos era de 38,5%, e de 18 a 39 anos, 15,0%.
Outras pesquisas também apontam que a multimorbidade é maior entre os idosos. A pesquisa “Prevalência e fatores associados a multimorbidades em idosos brasileiros”, realizada por Laércio Almeida de Melo e Kenio Costa de Lima, avaliou 11.697 idosos. A prevalência de multimorbidade foi de 53,1%. E os autores apontaram que esta condição é maior entre o sexo feminino, nos mais velhos, em quem tem nível educacional baixo ou não é solteiro.
De acordo com um estudo da Universidade Penn State, nos Estados Unidos, os idosos das gerações mais novas têm maior probabilidade de ter multimorbidades. Um dos pontos que contribui para isso é o avanço da medicina e a melhora no diagnóstico. Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores avaliaram informações de participantes do Health and Retirement Study, uma pesquisa sobre idosos dos Estados Unidos. As doenças crônicas pesquisadas foram doença cardíaca, hipertensão, acidente vascular cerebral (AVC), diabetes, artrite, doença pulmonar, câncer (excluindo câncer de pele), sintomas depressivos elevados e comprometimento cognitivo.
Demência e multimorbidade
Ter um maior número de doenças crônicas também impacta no funcionamento do cérebro. Um estudo publicado na revista científica The Journal of the American Medical Association associou o aumento do risco de demência (entre elas, o Alzheimer) com a multimorbidade. Para a realização da pesquisa foram coletadas informações de 200 mil britânicos por cerca de 15 anos. E foi constatado neste período que 6.182 pessoas tiveram algum tipo de demência. Enquanto a incidência de demência em pessoas sem comorbidades foi de 1,87 por 1.000 pessoas, para quem tinha duas ou mais doenças crônicas era de 3,41. E o principal grupo atingido era o de mulheres mais velhas, não brancas, com menor escolaridade e que moravam em regiões mais pobres.
Para os homens, o maior risco era para aqueles cujas comorbidades associadas eram diabetes e hipertensão ou doença cardíaca, hipertensão e AVC. E entre as mulheres, hipertensão, doença coronariana e diabetes.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 55 milhões de pessoas vivem no mundo hoje com demência. São 10 milhões de casos novos anualmente. Do total, entre 60 e 70% estão relacionados à Doença de Alzheimer. No Brasil, a Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz) estima que existem 1,2 milhão de casos, a maior parte sem diagnóstico.
Custos de doenças crônicas
Tratar a existência de várias comorbidades em um único indivíduo impõe uma série de desafios aos profissionais da saúde. Um tratamento que seria voltado a uma única comorbidade pode não funcionar. Também existem medicações que não podem ser associadas.
E é importante ressaltar que o custo de um paciente com doenças crônicas é sete vezes maior em relação a um paciente saudável da mesma idade. A estimativa é da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), reguladora dos planos de saúde.
A maioria das doenças crônicas pode ser prevenida. O estudo “Qual o impacto das hospitalizações potencialmente preveníveis na Saúde Suplementar?” promovido pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) contabilizou quantas internações poderiam ser evitadas, levando em consideração apenas quatro CIDs: diabetes, hipertensão, insuficiência cardíaca e doença cardíaca congestiva.
No total, durante 2019, foram contabilizadas 5.234.743 hospitalizações de beneficiários de planos de saúde. De acordo com o estudo da IESS, contabilizando apenas as quatro doenças consideradas, 21.436 internações seriam evitáveis. Destas 83% eram clínicas e as demais cirúrgicas. E mais de 70% eram em caráter de urgência/emergência.
São vários fatores que influenciam o aparecimento de múltiplas comorbidades, , como marcadores do envelhecimento, inflamação crônica, hábitos de vida (atividade física, dieta, tabagismo) e efeitos de remédios (como interações medicamentosas
Importante ressaltar que o número de doentes crônicos tem aumentado no Brasil. Muitas doenças poderiam ser evitáveis ou tratadas adequadamente, com a mudança de hábitos e estilo de vida. Quando isto não acontece, aumenta o número de hospitalizações. Um outro dado importante é possível aumento de internações. Segundo uma projeção do IESS, o total de internações de beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares deve passar para 10,7 milhões em 2030. A previsão é de que em 2030 os planos de saúde gastem R$ 260,3 bilhões apenas com internações.
Prevenção de Doenças Crônicas
O tratamento de multimorbidades é complexo. Envolve desde a coordenação de profissionais, como identificação de prioridades, monitoramento regular, envolvimento do paciente e uma série de adaptações. A melhor forma de evitar este quadro tão complexo é através da prevenção. E pode-se fazer isso ao se priorizar a Atenção Integral da Saúde, através de programas para controle de peso, tabagistas, e outras causas ou doenças crônicas.
E para facilitar a execução e gestão destes programas, deve-se usar o Previva, um software de medicina preventiva. Ele pode ser usado para aprimorar as práticas de gestão de pacientes crônicos, idosos e atenção primária, com soluções completas para auxiliar na racionalização dos custos.
Com o software, é possível realizar o levantamento de perfil epidemiológico, realizar a classificação de risco desses pacientes, incluí-los em protocolos de monitoramento específicos e gerenciar seus resultados com indicadores de saúde e de custo. Com orientações corretas, o paciente ganha qualidade de vida e se reduz os custos do plano de saúde.
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