70% das brasileiras com câncer de mama têm que fazer mastectomia. Como reduzir esse índice?

No Brasil, a falta de diagnóstico precoce e a demora no acesso a consultas, exames, biópsia e tratamento tem levado muitas mulheres a detectar tardiamente o câncer de mama.

Como resultado, atualmente 70% das pacientes diagnosticadas com a doença precisam recorrer à mastectomia (cirurgia de remoção da mama) para salvar suas vidas.

Quem faz o alerta é o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), Antônio Frasson. Em entrevista ao jornal Correio Braziliense, ele afirma que isso acontece devido a dois motivos: a disponibilidade dos recursos e exames, e a qualidade dos equipamentos e dos resultados.

“A limitação do acesso é um problema muito sério no nosso país”, diz Frasson, citando a demora que existe entre marcar uma consulta, conseguir um pedido de exame e depois realizá-lo.

Segundo ele, isso não ocorre apenas no SUS.

Na saúde suplementar, o fato de muitos brasileiros estarem sem emprego ou terem perdido o plano de saúde também tem contribuído para reduzir a procura pelos exames preventivos.

De acordo com o presidente da SBM, em vez de aumentar, o número de mulheres que fazem a mamografia preventiva vem caindo em todo o Brasil.

Um estudo recente revelou que, em 2017, o percentual de cobertura mamográfica nas mulheres da faixa etária entre 50 e 69 anos atendidas pelo SUS foi o menor dos últimos cinco anos.

mastectomia

Mais prevenção, menos mastectomia

O número excessivo de cirurgias de mastectomia no Brasil se torna ainda mais alarmante quando sabemos que, no caso do câncer de mama, as chances de cura podem chegar a 95% se o tumor for descoberto logo no início (com menos de 2 cm).

Isso mostra que investir na prevenção do câncer de mama é o melhor caminho para reduzir a quantidade de cirurgias, tanto na rede pública quanto na rede privada.

Segundo o presidente da SBM, é preciso focar nos fatores de risco para o câncer de mama que podem ser controlados e monitorados.

Existem certas condições que facilitam o desenvolvimento da doença – como sexo feminino, avanço da idade, início da menstruação antes dos 12 anos, menopausa tardia, gravidez após 35 anos, histórico familiar para câncer de ovário ou de mama, alta densidade mamária e mutações genéticas – que simplesmente não podem ser modificadas.

Mas há outros importantes fatores de risco que são passíveis de intervenção, como obesidade na pós-menopausa, exposição à radiação em altas doses, exposição a pesticidas, terapias de reposição hormonal, sedentarismo, alcoolismo e tabagismo.

“Considerando os fatores passíveis de intervenção, é possível prevenir o câncer mantendo peso saudável, dieta balanceada, prática de atividade física, além de não fumar e não ingerir bebidas alcoólicas em excesso”
Antônio Frasson, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia

Estima-se que por meio da alimentação, nutrição e atividade física é possível reduzir em até 28% o risco de se desenvolver a doença.

Outra medida importante é promover o diagnóstico precoce com a realização de exames periódicos. Para as mulheres a partir dos 40 anos, a SBM recomenda uma visita anual ao mastologista e a realização de pelo menos uma mamografira preventiva por ano.

Cirurgias menos invasivas e apoio às pacientes

As ações preventivas contra o câncer de mama não devem se limitar a evitar que a doença se instale.

A prevenção secundária também é essencial, contribuindo para minimizar os danos à saúde das mulheres diagnosticadas com tumor de mama e também levando suporte àquelas que precisaram fazer mastectomia.

Na saúde suplementar, vem crescendo o número de operadoras que oferecem grupos de apoio e programas específicos para acompanhar essas pacientes.

Esse trabalho deve ser feito por uma equipe multidisciplinar coordenada por um especialista em mastologia, que pode contar ainda com oncologista clínico, radio-oncologista, fisioterapeuta, nutricionista e psicólogo.

Todos estes profissionais são fundamentais para melhorar a recuperação e restabelecer a qualidade de vida da paciente.

O avanço nos métodos de rastreio também tem permitido diagnosticar os tumores cada vez mais cedo, o que implica em maiores índices de cura e cirurgias menos mutilantes.

Com intuito de preservar as mamas, médicos têm adotado novas técnicas para retirar tumores pela borda da aréola e mamilo ou pelo sulco mamário, com menor risco de complicações e melhores resultados estéticos.

Esse tipo de cirurgia evita que a mulher tenha o estigma de uma cirurgia radical, com cicatrizes no meio do seio.

Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, a cirurgia pode ser combinada com radioterapia, quimioterapia ou hormonioterapia.

“A associação das múltiplas terapias faz com que um tratamento exclusivo seja menos utilizado e isso ajuda muito no avanço das técnicas cirúrgicas, fazendo com que o tratamento cirúrgico passe praticamente desapercebido”, garante Frasson.

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