Médicos revelam suas percepções quanto aos tratamentos para obesidade e doenças cardiovasculares
Qual é a percepção dos médicos quanto aos tratamentos de diabetes, obesidade, doença gordurosa do fígado, hipertensão, dislipidemias e doenças cardiovasculares? Partes destas respostas estão na pesquisa de percepção “Receita de Médico: o que pensa quem cuida de diabetes, obesidade e doenças cardiovasculares”, realizada pelo endocrinologista Carlos Eduardo Barra Couri, pesquisador da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto. O questionário foi aplicado durante o Endodebate 2022, com apoio da Editora Clannad, organização do Endodebate e do Diacordis.
Participaram do levantamento 654 médicos, sendo a maioria endocrinologistas e cardiologistas. Os dados foram computados em três categorias: cardiologistas, endocrinologistas e geral (no caso, os demais médicos).
O levantamento focou na questão medicamentosa e tratamento, especialmente obesidade, doenças cardiovasculares, tabagismo, entre outras questões. Vamos debater estes tópicos a seguir.
Obesidade e os tratamentos médicos
A maior parte dos médicos reconhecem que a obesidade é uma doença crônica. Destes são: 98% dos endocrinologistas, 94,3% dos cardiologistas e 96,9% dos médicos em geral. Porém, por mais que reconheçam que se trata de uma doença de duração prolongada, interrompem erroneamente o tratamento assim que o paciente perde peso.
Os pesquisadores do levantamento veem esta atitude como se o médico não acreditasse em um tratamento contínuo. Por isso, dificilmente, este profissional ajudará o paciente a se engajar no tratamento. Além de que o maior desafio não é perder massa, mas manter-se no novo peso. Um dado positivo é que apenas 10% dos pesquisados não reconhecem a necessidade do acompanhamento nutricional.
Quanto à medicação, 54,2% dos endocrinologistas e 33,7% dos cardiologistas acreditam que esta deve ser ministrada para sempre. Para o tratamento da compulsão alimentar, os médicos acabam receitando medicação off-label, contra as que têm indicação na bula, no caso a lisdexanfetamina. Entre os endocrinologistas, essa prescrição foi apontada por apenas 31,3%.
Outro ponto é que poucos participantes da pesquisa encaminham o paciente para o psicólogo.
Hoje, as taxas de obesidade têm crescido na população mundial. No Brasil, a obesidade cresceu 72% nos últimos treze anos, saindo de 11,8% em 2006 para 20,3% em 2019, segundo o Mapa da Obesidade. De acordo com os dados do Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), a porcentagem de obesos entre os beneficiários de planos de saúde aumentou de 12,5% em 2008 para 19,6% em 2018.
Risco Cardiovascular e os tratamentos
O levantamento também tentou compreender como os médicos participantes tratam casos de alto risco cardiovascular, doença arterial periférica, entre outras condições que exigem atenção especial. Faltam exames, prescrições e cuidados com os doentes.
Um dado que chama a atenção é que 25% dos participantes não colocou como meta de LDL-colesterol um número abaixo dos 50 mg/dL para os pacientes de muito alto risco. É importante averiguar o porquê isto ocorreu. E esta preocupação também deve se refletir quanto aos medicamentos. Muitas combinações e coquetéis com princípios ativos mais modernos não são prescritos. Alguns protocolos e diretrizes não são seguidas, aponta a pesquisa.
Pacientes com diabetes que já tiveram infarto diabetes, de acordo com diretrizes, deveriam usar anticoagulante e ácido acetilsalicílico (AAS). Mas 90% dos participantes não prescrevem essa combinação. A colchicina e a pioglitazona, que está sendo muito menos prescrita do que deveria.
Médicos, mesmo que se preocupem com um possível AVC, não fazem exames para detectar a possibilidade de obstrução em uma artéria periférica das pernas. Para isso bastaria um exame com doppler portátil, medindo a pressão nos braços e nas pernas. Ele acusa um eventual entupimento de artérias dos membros inferiores. No total, 84% dos endocrinologistas e cardiologistas que participaram do levantamento não realizaram o índice tornozelo-braquial em 2021.Este exame é importante para avaliar possíveis problemas de circulação.
Outros dados mostram que 62,2% dos entrevistados, que tratam pacientes com diabetes e doenças cardiovasculares, receitam também antidepressivos para quem apresenta sinais de depressão. Isto é feito sem a orientação de psiquiatras
Doenças como infarto, hipertensão, insuficiência cardíaca e derrame são responsáveis por aproximadamente 350 mil mortes no Brasil a cada ano. Juntas, elas são a causa mais frequente de óbitos no país e as maiores geradoras de custos com internações hospitalares.
Tabagismo e o tratamento
Apenas um terço dos participantes do estudo se sente capacitado para ajudar pacientes a parar de fumar. Os médicos são antitabagistas, e um bom percentual até prescrevem medicamentos e recomendam especialistas.
O tabagismo é associado a cerca de 50 doenças. Segundo a OMS, a maioria dos fumantes desejam abandonar o vício. Porém, sem apoio, apenas 4% das tentativas são bem-sucedidas.
A OMS considera que o tabagismo é uma das grandes ameaças à saúde pública que o mundo enfrenta. Anualmente, morrem mais de 8 milhões de pessoas. Deste total, 7 milhões de mortes são devido ao uso do tabaco e 1,2 milhão são de fumantes passivos. É a maior causa de morte evitável no mundo.
É atribuído ao tabaco a maior causa de todos os cânceres de pulmão. Também está associado ao câncer de cabeça, pescoço, esôfago e pâncreas, entre outros. Só o câncer de esôfago, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), é a causa de quase nove mil mortes por ano no Brasil. Para 2022, o Inca estima 11.390 novos casos.
O hábito de fumar também pode levar ao desenvolvimento de outros problemas de saúde, como tuberculose, infecções respiratórias, úlcera gastrintestinal, impotência sexual, infertilidade, osteoporose, catarata, etc.
Colesterol
O levantamento considera que para controlar o colesterol não basta apenas reforçar a mudança do estilo de vida. É uma medida ineficiente. Mas ainda continua a ser aplicada. E foi a resposta de 11% dos cardiologistas participantes.
Previva
Os estudos e as atualizações dos médicos e equipes de saúde precisam ser constantes. A medicina e os tratamentos estão sempre em evolução. Muito se sabe que a medicina preventiva auxilia na redução de casos graves e para racionalização do uso do plano.
É importante incentivar a reciclagem de conhecimentos, a automatização de processos e protocolos de saúde com a utilização de softwares especialistas, monitorar os maiores utilizadores do plano e também promover a atenção primária à saúde. As operadoras precisam investir em gerenciamentos dos seus pacientes crônicos, e a melhor forma de avançar nessa área é contando com o apoio da tecnologia, através do software de medicina preventiva Previva. O Previva vai identificar de forma ativa os beneficiários elegíveis, classificar seu risco e incluí-los em protocolos específicos para seus problemas crônicos.
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