Número de diagnósticos de casos de câncer está abaixo da realidade prevista
A pandemia da Covid-19 trará reflexos na saúde das pessoas por muitos anos. E não necessariamente só a pessoas que contraíram a doença. Durante 2020 e 2021, muitos procedimentos eletivos, exames e consultas foram postergados. Isso inclui tratamentos contra o câncer. São 625 mil casos de câncer por ano previstos neste triênio (2020-2022), de acordo com o Inca. Muitos destes não foram detectados devido à baixa no número de exames para diagnóstico.
Pode-se dizer que se enfrentará uma epidemia de casos de câncer em estágios avançados. A única forma de se evitar problemas como estes é apostar ainda mais em programas e campanhas de prevenção.
Dentro desse cenário, operadores de saúde desenvolvem programas para estimular a realização de exames preventivos, como o Programa Florescer, realizado pelo Serviço de Atenção à Saúde (SAS), da Unimed de Blumenau. Nele, as mulheres a partir dos 39 são incentivadas a realizar anualmente a mamografia. Para fazer o exame, a beneficiária apresenta a guia de encaminhamento médico, carteirinha do plano e identidade, em uma clínica conveniada, após marcar um horário. Já o exame do Papanicolau é realizado no consultório do ginecologista cooperado. Também existem programas e campanhas semelhantes em outras operadoras voltados aos homens, como para combater o câncer de próstata.
Além disso, há programas para doentes crônicos, que acabam prevenindo o câncer. Algumas doenças crônicas podem gerar uma predisposição a desenvolver neoplasia. A Unimed Rio Branco tem programas que combatem a obesidade e o tabagismo, por exemplo. No caso da obesidade, são oferecidas oficinas de nutrição e psicologia; orientação alimentar, controle de peso, ginástica localizada e hidroginástica. No tabagismo, são realizadas oficinas de psicologia, consultas médicas, ginástica localizada e hidroginástica, dispensação de medicação.
Queda no número de procedimentos
Um estudo do Observatório de Oncologia comparou dados do SUS de 2019, 2020 e 2021. E pode averiguar que houve uma redução no número de diagnósticos da neoplasia, no Brasil. O grande problema é que quanto maior a demora para iniciar o tratamento, menores as chances de cura. Em 2020, houve uma redução de 26% em procedimentos para detectar os cinco tipos de câncer (mama, próstata, colorretal, pulmão e estômago). Estes são os mais comuns no Brasil. Se menos pessoas receberam o diagnóstico de câncer, não significa que os casos reduziram, mas que muitos não foram diagnosticados e não são tratados.
Em 2019, os procedimentos para diagnóstico de câncer chegaram a 34.328.560 no SUS. Em 2020, houve uma queda de 22%. Em 2021, mesmo com a vacinação, o número de procedimentos realizados se manteve baixo quando comparado a 2019 (uma queda de 9%).
A pesquisa do Observatório de Oncologia cita, que entre março e maio de 2020, 50 mil brasileiros não haviam sido diagnosticados com câncer. Isto significa que aumenta o número de casos de tumores avançados. O estudo apontou que a quantidade de tratamentos de radioterapia reduziu em 42% em 2021.
Também houve interrupção em tratamentos. Uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), em 2020, entre oncologistas, revelou dados preocupantes. Do total de entrevistados, 74% apontou que um ou mais pacientes adiaram ou interromperam o tratamento por mais de mês na pandemia. E muitos pacientes, durante a pandemia, iniciaram tratamento de radioterapia já em estágios avançados da doença.
Outras pesquisas confirmam a falta de diagnóstico na saúde complementar
Um estudo realizado pelo Instituto de Estudos de Saúde Complementar (IESS) confirma o que foi averiguado pelo Observatório de Oncologia, mas na saúde suplementar. Os pesquisadores encontraram uma redução no número de procedimentos assistenciais entre 2019 e 2020. Os dados utilizados vieram do Mapa Assistencial da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e microdados da PNAD Covid-19 do IBGE.
Na saúde complementar, o número de procedimentos caiu de 1,4 bilhão para 1,2 bilhão, o que equivale a uma queda de 17,4%, entre 2019 e 2020. As consultas com oncologistas diminuíram em 8,2%, assim como os exames preventivos. O papanicolau em mulheres de 25 a 59 anos caiu em quase um quarto ( -24,4%). Em mulheres de 50 a 69 anos, a redução de mamografias chegou a quase 30%. As internações diminuíram em 18,9%.
De acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), houve uma queda na realização de exames, cirurgias e outros procedimentos eletivos. O número é de 27 milhões a menos entre março e dezembro de 2020 , quando comparado com o mesmo período em 2019. A redução foi de 16 milhões de exames para diagnóstico, 8 milhões de procedimentos clínicos, 1,2 milhão de pequenas cirurgias e 210 mil transplantes (órgãos, tecidos e células).
Câncer no Brasil
Para o Brasil, a estimativa do Inca para o triênio 2020-2022, é 625 mil casos novos de câncer por ano. O câncer não melanoma tem a maior incidência, com 177 mil casos. Em seguida, o de mama e próstata (66 mil cada), cólon e reto (41 mil), pulmão (30 mil) e estômago (21 mil).
Os tipos mais comuns de cânceres nos homens são: próstata (29,2%), cólon e reto (9,1%), pulmão (7,9%), estômago (5,9%) e cavidade oral (5,0%). Nas mulheres, são mais frequentes: os cânceres de mama (29,7%), cólon e reto (9,2%), colo do útero (7,5%), pulmão (5,6%) e tireoide (5,4%). Os cânceres de pele não melanoma não foram contabilizados acima. Estes representam 27,1% dos casos de câncer em homens e 29,5% em mulheres.
Em 10% das cidades brasileiras, o câncer é a principal causa de mortes.
Previva
Incentivar a realização de exames periódicos é a melhor maneira de diagnosticar o câncer precocemente. As operadoras, diante a diminuição dos exames nos últimos dois anos de pandemia, devem redobrar campanhas para alertar os beneficiários. Quanto mais tarde descoberto, mais difícil as chances de cura e tratamento. Uma outra forma, é através de programas que previnem o câncer, como o combate a obesidade e ao tabagismo.
A plataforma de Medicina Preventiva Previva é uma excelente ferramenta para auxiliar no gerenciamento de programas. Com o software, os médicos podem acompanhar os exames feitos pelo paciente, o histórico e o tratamento. É possível saber se o paciente já teve câncer, o que torna ainda mais importante a realização de exames preventivos.
Também podem visualizar os beneficiários que melhor se encaixam nos programas. Através de uma busca no banco de dados, pode-se averiguar quais as faixas etárias dos participantes, o sexo e se tem alguma pré-disposição, e pedir exames específicos.
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