Obesidade é fator de risco para pelo menos 6 doenças crônicas
A obesidade se tornou uma pandemia. A doença crônica multifatorial tem aumentado consideravelmente em todo mundo e deve continuar a crescer, caso não seja adotada nenhuma medida. E entre os problemas causados estão as doenças associadas, que além de prejudicar a saúde dos pacientes, também têm custos.
Os obesos têm uma maior predisposição para desenvolver problemas crônicos de saúde, como hipertensão, diabetes, até mesmo câncer. E ainda o próprio excesso de peso pode atrapalhar o tratamento.
O Atlas Mundial da Obesidade 2023, publicado recentemente pela Federação Mundial de Obesidade (World Obesity Federation), prevê que 51% da população mundial será obesa nos próximos 12 anos. Ou seja, 4 bilhões de pessoas serão obesas. Para o Brasil, é previsto que 41% dos adultos tenham um índice de massa corporal elevado em 2035.
De acordo com os dados do Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), a porcentagem de obesos entre os beneficiários de planos de saúde aumentou de 12,5% em 2008 para 19,6% em 2018.
Já existem estudos sobre o impacto do crescimento dessa doença crônica nos planos de saúde. O estudo da IESS “Cenários para o futuro: como o aumento da prevalência da obesidade entre beneficiários pode impactar a sustentabilidade da saúde suplementar” analisou os gastos das operadoras de saúde. E, com estas informações, projetou que as despesas podem chegar a R$3.131,37 (R$ 37.576 ao ano) por paciente em 2030, em menos de 10 anos. Este valor pode aumentar ainda mais devido ao crescimento dos custos desta doença, que poderá chegar a 55,47% do dinheiro gasto na saúde suplementar.
No estudo, consta que a obesidade mórbida, apesar da prevalência ser 18 vezes menor, representa 23,8% de todos os custos relacionados à doença no SUS. Ainda, conforme os dados, se o número caísse pela metade, seria possível economizar R$ 96 milhões em sinistros em 5 anos.
Vamos ver nos próximos tópicos sobre as doenças associadas à obesidade.
Diabetes e a obesidade
Hoje, mais de 13 milhões de pessoas no Brasil vivem com diabetes, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Destas, cerca de 90% são do tipo 2, que é associado com a obesidade. Segundo a SBD, a estimativa é que entre 60% a 90% dos portadores são obesos.
O número de adultos com diabetes nas Américas triplicou nos últimos 30 anos. A informação está no relatório Panorama da Diabetes da OPAS nas Américas, divulgado no ano passado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). De acordo com a publicação, as taxas crescentes de ganho excessivo de peso, má alimentação, falta de atividade física contribuíram para este aumento.
A estimativa é que 62 milhões de pessoas vivam com diabetes nas Américas, mas o número pode ser maior já que se estima que cerca de 40% das pessoas não sabem que têm a doença. E se não houver nenhuma política para a redução, o número de pessoas pode chegar a 109 milhões até 2040. O relatório também chama a atenção para o fato de que 30% dos jovens são considerados obesos ou com sobrepeso.
Um grande problema da diabetes é que ela aumenta o risco de doenças cardíacas e derrames, insuficiência renal, amputação nos pés por problemas de úlceras e infecções, entre outros. Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), a média de amputações em 2022 foi de três por hora. E mais da metade delas são por complicações de diabetes, pressão alta e insuficiência renal crônica. Em 2020, o Ministério da Saúde registrou 43 amputações de membros inferiores por dia devido a complicações somente da doença do metabolismo da glicose. De janeiro a setembro de 2021, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), foram realizadas 46 amputações por dia.
Hipertensão aumenta com a obesidade
O excesso de peso pode agravar a hipertensão arterial e torná-la mais difícil de controlar, aumentando o risco de complicações cardiovasculares. Isso ocorre porque a obesidade pode levar ao acúmulo de placas de gordura nos vasos sanguíneos, o que pode aumentar ainda mais a pressão arterial.
De acordo com o estudo Framingham Heart Study, 78% dos casos de hipertensão nos homens e 65% nas mulheres podem ser ligados diretamente à obesidade. Este mesmo estudo aponta que um aumento de 5% de peso pode elevar o risco de hipertensão em 30% em um período de quatro anos.
Treze tipos de câncer são associados à obesidade
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 13 em cada 100 casos de câncer no Brasil estão relacionados ao sobrepeso e à obesidade. A inflamação crônica das células causada pela obesidade pode levar ao surgimento de certos cânceres. Isto acontece porque esta inflamação aumenta os níveis de determinados hormônios, que levam ao crescimento de células cancerígenas.
O Inca relaciona a obesidade a 13 tipos de cânceres, como câncer de esôfago, estômago, pâncreas, vesícula biliar, fígado, intestino (cólon e reto), rins, mama – especialmente mulheres na pós-menopausa-, ovário, endométrio, meningioma, tireóide e mieloma múltiplo.
Um artigo publicado na revista Veja relaciona obesidade após a menopausa ao aumento do risco de câncer de mama em 30 a 50%, além de que as chances de cura da neoplasia também são reduzidas para estas mulheres. As taxas de sobrevivência caem em mulheres com gordura abdominal. O risco aumenta a cada unidade de IMC.
Um estudo publicado no JAMA Open Networks comparou os casos de cura de cânceres ligados à obesidade e os não-relacionados. Em uma base de dados com 50 milhões de pessoas, os pesquisadores apontaram que as mortes estão caindo três vezes mais rápido em cânceres não-relacionados ao excesso de peso. Eles apontaram que a perda de peso maior que 20% do peso do corpo pode ajudar a prevenir esses tipos de cânceres, desde que dure por 10 anos.
Asma é agravada com o excesso de peso
A obesidade e a asma estão frequentemente associadas, e há evidências crescentes de que o excesso de peso pode aumentar o risco de desenvolver asma, bem como agravar os sintomas. Também pode acontecer de o paciente asmático se tornar obeso. Nos Estados Unidos, aproximadamente 60% dos asmáticos em casos graves estão com sobrepeso ou obesidade.
Em uma entrevista publicada no site da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), o diretor da associação, Dr. Fábio Kuschnir, explica que existem estudos que “sugerem que a ação pró-inflamatória do tecido adiposo pode levar ao desenvolvimento de inflamação nas vias aéreas e, como consequência, deste processo, a asma”. O médico também pontua que existem estudos de metanálise, com milhares de pacientes de diversas faixas etárias, que apontam que pessoas com sobrepeso e obesidade apresentaram respectivamente 25% e 50% mais chance de ter asma.
Além disso, a obesidade pode afetar a resposta do corpo aos tratamentos para asma, tornando-os menos eficazes. Uma solução é combater a obesidade. Ao reduzir 5% do peso, o paciente pode apresentar uma melhora do quadro clínico.
Gordura no fígado tem uma maior prevalência em obesos
Uma reportagem publicada pelo Instituto Vencer o Câncer aponta que 30,45% dos brasileiros têm gordura no fígado. Mas ao se analisar as pessoas obesas ou com diabetes, este percentual chega a 50%.
A gordura no fígado, também conhecida como esteatose hepática, pode ser assintomática ou causar dor abdominal, fadiga, fraqueza. E pode levar a complicações graves, como a inflamação do fígado (esteato-hepatite) e a cicatrização do tecido hepático (cirrose). Essas complicações podem aumentar o risco de insuficiência hepática e câncer de fígado.
Apneia do sono é pior em pessoas com excesso de peso
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, cerca de 70% das pessoas com sobrepeso e até 80% das pessoas com obesidade grau 3 têm apneia do sono.
A obesidade é um dos principais fatores de risco para a apneia obstrutiva do sono (AOS). Isso ocorre porque o excesso de tecido adiposo na região do pescoço pode comprimir as vias respiratórias superiores, dificultando a passagem do ar e causando a obstrução das vias aéreas durante o sono. Além disso, o excesso de peso também pode afetar a função respiratória, reduzindo a capacidade pulmonar e aumentando o risco de apneia do sono.
Conheça o Previva
A obesidade precisa ser combatida. Ao adotar ações de atenção primária à saúde, as operadoras de saúde podem contribuir para a melhoria da saúde de seus beneficiários, reduzindo a incidência de doenças crônicas e melhorando o controle de doenças já existentes. E também reduzir custos, evitando a progressão das doenças e futuras internações. Entre as possíveis ações a serem desenvolvidas estão: programas de incentivo à prática de atividades físicas e de alimentação saudável e grupos de apoio.
Para o gerenciamento destes programas, as operadoras de saúde podem contar com o software de medicina preventiva Previva. Com o solução, é possível traçar o perfil dos beneficiários, o que ajuda a criar programas personalizados que atendam às necessidades específicas de cada grupo.
Além disso, a possibilidade de gerar relatórios e manter uma ficha completa de cada paciente permite um acompanhamento mais eficaz do progresso de cada indivíduo, facilitando a identificação de possíveis problemas e a implementação de ajustes necessários nos programas.
A inclusão de diferentes linguagens nos programas também é uma vantagem, pois ajuda a atingir públicos diversos e garantir que as informações e orientações sejam compreendidas de forma clara por todos.
Para idosos, por exemplo, o projeto pode levar em conta o metabolismo menor e incentivar exercícios de menor impacto, como hidroginástica. Também é possível com o Previva gerar relatórios para averiguar o progresso. Ou ter uma ficha completa de cada paciente, com informações se já é portador de uma doença crônica.
Saiba mais sobre como a tecnologia pode auxiliar nos programas de medicina preventiva.
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