Tabagismo mata 443 pessoas por dia no Brasil e é a maior causa da morte por câncer de pulmão
No Brasil, 443 pessoas morrem por dia por causa do fumo. Por ano, são 161.853 mortes anuais. O tabagismo é o terceiro fator de risco para anos de vida perdidos ajustados por incapacidade. No mundo, o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas anualmente, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). E até quem não fuma sofre: 1,2 milhão de mortes são de não-fumantes expostos ao fumo passivo. A data 31 de maio é marcada como o Dia Mundial sem Tabaco, em um dos esforços para conscientizar sobre a importância de se parar de fumar.
É importante sempre lembrar que o tabagismo é uma condição crônica resultante da dependência da nicotina encontrada nos produtos derivados do tabaco. Essa condição está classificada como um transtorno mental e comportamental, devido à natureza psicoativa da nicotina. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o tabagismo está relacionado com vários tipos de câncer, inclusive com cerca de 90% das mortes por câncer de pulmão. Para o triênio 2023/2025, são esperados 32 mil casos de câncer de pulmão.
Fumantes no Brasil
De acordo com dados obtidos pelo Vigitel 2021, a proporção de adultos fumantes é de 9,1%, sendo mais elevada entre os homens (11,8%) em comparação com as mulheres (6,7%). Proporcionalmente, o número de fumantes caiu entre adultos com menos de 34 anos e entre os com 65 anos ou mais, quando comparado com outras edições da pesquisa. Pessoas com maior escolaridade tendem a fumar menos.
Outro ponto importante a se destacar é o número de fumantes passivos. Eles também são impactados com os prejuízos do cigarro. De acordo com o Vigitel, nas residências, é mais comum encontrar fumantes passivos na faixa etária de 18 a 24 anos e no grupo com 9 a 11 anos. No ambiente de trabalho, a frequência de fumantes passivos é de 5,4%.
Males do tabaco
De acordo com as estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), o tabagismo é responsável por 71% das mortes relacionadas ao câncer de pulmão, 42% das doenças respiratórias crônicas e cerca de 10% das doenças cardiovasculares. Além disso, o tabagismo representa um fator de risco para doenças transmissíveis, como a tuberculose, e pode ser a causa de aproximadamente outras 50 doenças debilitantes e fatais.
O tabaco também está associado ao câncer de cabeça, pescoço, esôfago e pâncreas, entre outros. Além de que o hábito de fumar também pode levar ao desenvolvimento de outros problemas de saúde, como tuberculose, infecções respiratórias, úlcera gastrintestinal, impotência sexual, infertilidade, osteoporose, catarata, etc. De acordo com a OMS, 65 mil crianças morrem anualmente de doenças atribuíveis ao fumo passivo. Em mulheres grávidas, causa complicações na gravidez e o bebê pode nascer abaixo do peso.
Custos do Tabaco na Saúde
De acordo com o estudo “Tabagismo no Brasil: Morte, Doença e Política de Preços e Esforços”, baseado em dados de 2015, o tabagismo causava um prejuízo anual de R$ 56,9 bilhões ao Brasil. Desse montante, R$39,4 bilhões eram destinados a despesas médicas e R$17,5 bilhões eram custos indiretos relacionados à perda de produtividade devido à incapacitação dos trabalhadores ou morte prematura.
O estudo revelou que a arrecadação de impostos com a venda de cigarros no país na época era de R$ 12,9 bilhões, resultando em um saldo negativo de R$ 44 bilhões por ano.
No ano de 2015, a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) foi a condição relacionada ao tabagismo que gerou mais gastos nos sistemas de saúde público e privado, totalizando R$ 16 bilhões. Em segundo lugar estão as doenças cardíacas, com um custo de R$ 10,3 bilhões. O estudo também considerou o tabagismo passivo, vários tipos de câncer, incluindo o de pulmão, acidente vascular cerebral (AVC) e pneumonia.
Uma nova publicação do Instituto de Efetividade Clínica e Sanitária (IECS) atualizou os valores para 2020. Segundo o Instituto, estima-se que as doenças relacionadas ao tabagismo no Brasil tenham um custo anual de R$ 125.148 bilhões. Este valor equivale a aproximadamente 23% dos gastos no Brasil com a pandemia da Covid-19 em 2020.
Parar de fumar
O tabaco mata metade dos usuários. O alerta é da Organização Mundial de Saúde. E estudos citados pela OMS demonstram que quando os fumantes se conscientizam sobre os males do cigarro, a maioria deseja abandonar o vício. Porém, sem apoio, apenas 4% das tentativas são bem-sucedidas.
Apoio profissional e medicamentos comprovados para auxiliar a deixar de fumar podem dobrar a chance de um usuário parar. Uma forma de conscientizar é através de campanhas. Imagens e gráficos podem ajudar a proteger a saúde dos fumantes passivos, ao evitar que fumantes fumem dentro de casa.
O site da Organização Pan-Americana de Saúde lista os benefícios de parar de fumar. Em um período de 20 minutos após parar de fumar, o ritmo cardíaco e a pressão arterial começam a diminuir, voltando aos níveis normais. Após 12 horas, o nível de monóxido de carbono presente no sangue diminui, retornando aos valores considerados saudáveis.
No intervalo de duas a 12 semanas após abandonar o tabagismo, ocorre uma melhora significativa na circulação sanguínea e um aumento na capacidade pulmonar. Os vasos sanguíneos se dilatam, permitindo um fluxo adequado de sangue para todo o corpo, e os pulmões começam a funcionar de forma mais eficiente.
Entre um e nove meses sem fumar, a tosse e a falta de ar, sintomas comuns entre fumantes, começam a diminuir. O sistema respiratório se recupera gradualmente, permitindo uma respiração mais fácil e reduzindo os desconfortos respiratórios.
Ao completar cinco anos sem cigarro, o risco de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) é reduzido a níveis semelhantes aos de uma pessoa que nunca fumou. Esse benefício é observado entre cinco a 15 anos após parar de fumar.
Após uma década sem tabagismo, o risco de câncer de pulmão é reduzido em cerca de metade em relação a um fumante. Além disso, o risco de desenvolver câncer de boca, garganta, esôfago, bexiga, colo do útero e pâncreas também diminui significativamente.
Após 15 anos sem fumar, o risco de doença cardíaca coronariana, uma das principais causas de problemas cardíacos, é equivalente ao de uma pessoa que nunca fumou. Isso significa que, ao abandonar o tabagismo por esse período, o sistema cardiovascular se recupera completamente, retornando aos níveis de risco de um não fumante.
Cuidados e orientações
Criar programas de medicina preventiva é uma boa opção para reduzir os custos das operadoras de saúde. Os programas que orientam e auxiliam a largar o tabaco são uma forma eficiente de se conscientizar quanto a importância de uma vida saudável.
Os fumantes precisam de apoio e ajuda para largar o vício. Estes programas podem ter equipes multidisciplinares, com psicólogos, enfermeiros e médicos.
O software de medicina preventiva Previva auxilia a controlar e acompanhar o histórico dos participantes. Com o Previva, a equipe também pode verificar pacientes que se encaixam no perfil, principalmente se tem predisposição ao desenvolvimento de alguma doença crônica, como o câncer. E também em pacientes que combinam outros fatores de risco, como obesidade ou hipertensão.
Entre em contato
Solicite uma demonstração ou deixe sua mensagem
Ficou com dúvida sobre o Previva?