Covid-19 pode aumentar os riscos cardíacos e causar envelhecimento precoce

A pandemia da Covid-19 aparentemente está ficando para trás, mas as sequelas deixadas nos curados precisam de acompanhamento. E os comportamentos perigosos e hábitos nada saudáveis, adotados no período de quarentena (como alimentação rica em comidas saturadas, faltas de exercícios e excesso de álcool), podem gerar graves consequências no futuro, como riscos cardíacos. 

Estudos têm relacionado os efeitos da pandemia e o próprio Covid-19 ao envelhecimento precoce. Outros têm ligado o vírus a lesões cardíacas, que podem levar à morte durante a prática esportiva. 

Cabe às operadoras de saúde estarem prontas para atender a futura demanda. Ou começaram a desenvolver programas para reabilitar ou prevenir o agravamento da condição dos pacientes. 

A Unimed Santos, por exemplo, disponibilizou, no ano passado, o serviço de Reabilitação Fisioterápica Pós-Covid 19 para que os clientes continuem com os cuidados necessários à recuperação. 

Nele, uma equipe multiprofissional qualificada trata das principais sequelas ocasionadas pela Covid-19, relacionadas ao comprometimento da capacidade respiratória e das condições motoras do paciente. O tratamento também oferece acompanhamento psicológico, com foco nas sequelas emocionais.

Além da Covid-19: Pandemia pode aumentar o riscos cardíacos e causar envelhecimento precoce

Covid-19 e os riscos cardíacos 

Ainda estão sendo estudadas as sequelas do Covid, mas algumas já são conhecidas, como as cardiovasculares. 

Ainda em 2020, em uma pesquisa, foram constatadas que lesões cardíacas comprometeram de 20 a 30% de pacientes hospitalizados e causaram 40% das mortes. Estes dados foram coletados em países com grande número de casos de Covid-19 (como Estados Unidos, China e Itália).  As informações constam no documento Posicionamento sobre Avaliação Pré-participação Cardiológica após a Covid-19: Orientações para Retorno à Prática de Exercícios Físicos e Esportes

Entre as complicações cardiovasculares da Covid-19 e os riscos cardíacos encontrados: 20% dos casos eram lesão miocárdica; 16% arritmias; 10% miocardite; 5 % insuficiência cardíaca congestiva (ICC) e choque. 

Em outras pesquisas, médicos detectaram nos pacientes, por meio de ressonâncias magnéticas cardíaca, troponina e achados anormais, até cerca de 70 dias após o diagnóstico da doença. A troponina é uma proteína encontrada no sangue quando existe alguma lesão no músculo do coração. Ainda não se sabe o que significam estas descobertas. Mas, são um risco para praticantes de atividades físicas. O esforço pode levar a um substrato arritmogênico, o que aumenta o risco de morte súbita para esportistas e atletas. E chama atenção que estes resultados não se relacionavam propriamente com a gravidade do quadro clínico do paciente.

Existe a possibilidade do vírus da Covid-19 causar riscos cardíacos com danos no miocárdio e pericárdio. E umas das doenças adquiridas que pode causar morte súbita é a miocardite. Em um outro estudo, citado pelo documento, foram avaliados 138 pacientes internados por Covid-19. Destes, 16,7% desenvolveram arritmia, 7,2% apresentaram lesão cardíaca aguda e quase 12%, que não tinham doenças cardiovasculares prévias, apresentaram níveis elevados de troponina T ultrassensível (Tnt) ou tiveram uma parada cardíaca durante a internação. 

Por isso, é importante orientar os praticantes de atividade física e de esportes quanto à realização de um check-up, para prevenir riscos cardíacos após a Covid-19. Em nenhuma hipótese, é recomendado a prática de exercícios ao testar positivo. Independente do nível ou da performance, deve-se passar por uma avaliação cardiológica (ou Avaliação Pré-Participação, APP). Isto deve ser feito até mesmo  em assintomáticos. 

Saúde deixada de lado 

As medidas de isolamento serviram para reduzir a propagação do vírus. Porém, durante este período, muitas pessoas adotaram hábitos pouco saudáveis. O estudo global Diet & Health Under Covid-19, que entrevistou 22 mil pessoas de 30 países, entre os meses de outubro, novembro e dezembro, apontou que os brasileiros foram os que mais ganharam peso durante aquele ano. Em média, foram 6,5 quilos a mais

Uma outra pesquisa mostrou que a obesidade entre os adultos nas capitais brasileiras aumentou de 20,3% em 2019, para 21,5% em 2020. Os dados são do estudo Crônicas e Seus Fatores de Risco e Proteção: Tendências Recentes, realizada pelo Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS). Várias doenças crônicas podem se agravar com a obesidade, como diabetes, hipertensão, doenças nas articulações. 

Um outro problema foi o abuso na ingestão do álcool. Um estudo com mais de 12 mil pessoas na América Latina e Caribe apontou que 35% passou a beber doses excessivas de bebidas alcoólicas em curtos intervalos de tempo. A pesquisa é da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Segundo o Opas, entre 8% a 10% da população maior de 18 nas Américas possui algum transtorno pelo consumo de álcool

Covid-19: Envelhecimento precoce além dos riscos cardíacos

Uma reportagem publicada na Revista Nature, em janeiro deste ano, alerta que a pandemia de Covid-19 pode causar o envelhecimento precoce. A Covid-19, por ser uma doença infecciosa, a solidão do isolamento e o estresse crônico podem afetar o processo natural de envelhecimento, agravar problemas de saúde e encurtar vidas. 

O geriatra e epidemiologista da US National Institute on Aging in Baltimore, Luigi Ferrucci, em entrevista à revista, explicou que é possível com uma amostra de sangue ou tecido, comparar a idade celular de uma pessoa com a cronológica. Caso a idade celular for maior, existe uma correlação pequena (porém, significativa) de ter um quadro de saúde pior e risco de morte prematura.

Existem estudos que apontam que a infecção pelo HIV, por exemplo, acelera o envelhecimento e a morte das células do sistema imune. O médico entrevistado pela publicação americana também acredita que o vírus SARS-CoV-2 também pode resultar em inflamação crônica e envelhecimento biológico acelerado.

Quando as reações inflamatórias do corpo para combater o Covid-19 são altas, o sistema imunológico pode tornar-se menos resiliente a longo prazo. Isto pode tornar algumas pessoas menos resistentes aos efeitos do envelhecimento. 

Estresse e Solidão

Mesmo para quem nunca foi infectado, a pandemia foi impactante. Muitas pessoas preocuparam-se com a perda do emprego, inflação, a doença e a morte de entes queridos. Muitas escolas ficaram fechadas, e os pais, que trabalharam em home office, precisaram cuidar dos filhos. Todas estas adversidades podem causar estresse e contribuir para acelerar o envelhecimento. Um período prolongado de estresse é associado a doenças cardíacas, diabetes, e outras doenças crônicas.  Um exemplo é que crianças de lares menos favorecidos entram na puberdade mais cedo. E a puberdade precoce tem sido associada a uma variedade de problemas de saúde e a menor expectativa de vida.

O isolamento social, especialmente de idosos, é um fator de risco para o envelhecimento acelerado. A gerontologista da Universidade de Nova York Bei Wu, em entrevista à revista Nature associa o isolamento social e a solidão a uma chance 50% maior de desenvolver demência, um risco 29% maior de incidente cardíaco coronariano e de 32% maior de acidente vascular cerebral. 

Previva

Uma forma de as operadoras de saúde reduzirem gastos é apostar em programas de promoção da saúde e prevenção de doenças, além, claro, de intensificar seu atendimento de APS. E pode-se fazer isso ao criar um plano de ação para tratar e monitorar as sequelas da Covid e da pandemia antes que se transformem em problemas crônicos. 

Com o software Previva, pode-se fazer o gerenciamento destes programas de medicina preventiva e APS. É possível monitorar o uso do plano do paciente, como por exemplo suas internações, consultas eletivas, exames e a partir disso incluí-lo em ações específicas para o melhor tratamento de seus problemas. Isto é importante para antecipar e prevenir possíveis complicações e, consequentemente, gastos com tratamentos mais complexos. E quem mais ganha é o usuário, que terá mais chances de manter sua saúde e bem-estar em dia! 

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