Estudo do Vigitel destaca crescimento das doenças crônicas não transmissíveis no Brasil

As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) representam uma grande preocupação no âmbito da saúde mundial. No Brasil, o Ministério da Saúde realiza o monitoramento dos fatores de proteção e de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis por meio do Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. No final de 2023, a nova edição da pesquisa divulgou dados atualizados sobre a frequência, a distribuição e a evolução dos principais fatores que determinam as doenças crônicas no país.

 

Essas doenças compartilham alguns fatores de risco comuns, como dieta inadequada, sedentarismo, tabagismo e consumo excessivo de álcool. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças crônicas não transmissíveis foram responsáveis por cerca de 74% das mortes ocorridas globalmente em 2019 (World Health Organization, 2022a). No Brasil, essas mortes representam 54,7% do total de óbitos registrados, correspondendo a mais de 730 mil mortes.

Entre as principais informações divulgadas pelo Vigitel estão os índices de fatores de risco para as DCNT, entre os quais figuram questões como tabagismo, obesidade e exames preventivos. Estes dados auxiliam no mapeamento da saúde da população e também no desenvolvimento de estratégias para prevenir e combater o
desenvolvimento dessas enfermidades.

Tabagismo

O hábito de fumar e a exposição involuntária ao tabaco são fatores de risco significativos para o surgimento de diversas doenças crônicas. De acordo com a pesquisa, foi considerado fumante qualquer pessoa que fuma, independentemente da frequência e intensidade do hábito.

Os resultados do estudo mostraram que a prevalência de adultos fumantes foi de 9,3% do total nas cidades pesquisadas, sendo mais elevada no sexo masculino (11,7%), em comparação com o feminino (7,2%). Na população total, a frequência de fumantes mostra-se menor entre os adultos de 18 a 24 anos (6,7%). O estudo também verificou que a frequência do hábito de fumar diminuiu com o aumento da escolaridade, mas foi particularmente alta entre homens com até oito anos de estudo (14,6%).

Além dos fumantes ativos, a pesquisa considerou os fumantes passivos, ou seja, aqueles que convivem com fumantes e acabam por inalar a fumaça do cigarro de forma involuntária. Em relação a essa população, o índice de fumantes passivos em casa foi de 6,4%, sendo mais alto entre as mulheres (6,6%) do que entre os homens (6,2%). Já no ambiente de trabalho, a taxa foi de 7%, sendo mais elevada entre os homens (10,2%) do que entre as mulheres (4,3%).

Excesso de peso e obesidade

A avaliação do estado nutricional dos adultos foi realizada por meio do Índice de Massa Corporal (IMC), cálculo utilizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). De acordo com o IMC, pessoas que apresentam valores iguais ou superiores a 25 kg/m2, são consideradas com excesso de peso, enquanto pessoas com valores iguais ou superiores a 30 kg/m2, são identificadas com obesidade.

Considerando todas as 26 capitais e o Distrito Federal, a prevalência de excesso de peso foi de 61,4%, sendo mais elevada entre os homens (63,4%) do que entre as mulheres (59,6%). Na população total, a incidência dessa condição aumentou com a idade até os 54 anos e diminuiu com o aumento da escolaridade.

Entre os adultos considerados obesos, a prevalência foi de 24,3%, com índice considerado semelhante entre mulheres (24,8%) e homens (23,8%). A maior incidência foi observada nas faixas etárias até os 54 anos.

Consumo de bebidas alcoólicas

O Vigitel considerou consumo abusivo de bebidas alcoólicas a ingestão de quatro ou mais doses para mulheres e cinco ou mais para homens em uma única ocasião, nos últimos 30 dias antes da pesquisa. Considerando todas as cidades avaliadas, a taxa de consumo abusivo de bebidas alcoólicas foi de 20,8%, sendo maior entre homens (27,3%) do que entre mulheres (15,2%). Em ambos os sexos, essa incidência diminuiu com o aumento da idade a partir dos 35 anos e aumentou com o nível de escolaridade.

Um ponto que chama a atenção no estudo é a frequência de adultos que admitiram dirigir veículos motorizados após o consumo de bebida alcoólica (em qualquer quantidade). A taxa foi de 5,9% do total, sendo essa proporção notavelmente mais alta entre homens (10,1%) do que entre mulheres (2,2%). Em ambos os sexos, a incidência de dirigir após o consumo de bebida alcoólica diminuiu com a idade a partir dos 45 anos.

 Prevenção de câncer

O estudo adotou dois indicadores sobre o acesso da população feminina a serviços de diagnóstico precoce de câncer: a frequência de realização do exame de mamografia e do exame de citologia oncótica (conhecido também como Papanicolau) para câncer
de colo do útero.

A pesquisa destacou que a frequência de realização de mamografia nos últimos dois anos em mulheres de 50 a 69 anos foi de 73,1%, sendo esta uma recomendação feita pelo Ministério da Saúde. Além disso, o exame anual é indicado para mulheres acima de 35 anos pertencentes a grupos de alto risco.

Já o exame de citologia oncótica para câncer de colo do útero é aconselhado para todas as mulheres entre 25 e 64 anos, anualmente. De acordo com o Vigitel, a frequência de realização do exame de citologia oncótica para câncer de colo do útero nos últimos três anos foi de 76,8%. A cobertura do exame atingiu seu ponto mais baixo na faixa etária entre 25 e 34 anos (69,1%).

A pesquisa ainda levou em consideração diversos outros fatores que necessitam de atenção especial para o melhor cuidado da saúde. O aumento da prevalência dessas condições tem implicações significativas para a saúde pública e privada, exigindo abordagens integradas que incluam promoção da saúde, prevenção, diagnóstico precoce e gestão eficaz.

A prevenção e o controle das doenças crônicas não transmissíveis muitas vezes envolvem mudanças no estilo de vida, como a adoção de práticas alimentares saudáveis, a prática regular de atividades físicas, parar de fumar e o controle do consumo de álcool. Além dessas medidas, é imprescindível contar com ferramentas especializadas, como o software Previva. Esse recurso desempenha um papel fundamental na gestão eficaz dessas condições, contribuindo para aprimorar a qualidade de vida e na redução do impacto das doenças.

A ferramenta oferece suporte às operadoras de saúde, permitindo o gerenciamento eficiente de programas de Atenção Primária à Saúde ao traçar perfis individuais e personalizar programas. O Previva torna possível direcionar estratégias específicas para grupos de beneficiários, contribuindo significativamente para a prevenção de diversas condições específicas.

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