5 tendências em medicina preventiva e promoção da saúde
Os próximos anos trarão uma série de desafios para as operadoras brasileiras, que precisam se organizar (e, em alguns casos, se reinventar) para enfrentar as mudanças previstas para o mercado de saúde suplementar nos próximos anos.
Por um lado temos as novas demandas geradas pela pandemia de Covid-19, como o aumento da sinistralidade decorrente do represamento de cirurgias eletivas e outros procedimentos.
Por outro lado, há uma série de evoluções econômicas, sociais e tecnológicas que já estavam no radar dos especialistas em saúde e que a cada ano vem ganhando mais importância e influência no mercado.
De modo geral, tudo indica que os cuidados com a saúde e a qualidade de vida estarão em alta no “pós-pandemia”, o que tem levado as empresas do segmento a intensificar seus investimentos em gestão, planejamento e poder de reação.
Com esse fortalecimento da saúde suplementar, sairão na frente as operadoras que melhor se prepararem para agir diante de possíveis crises, para acompanhar a evolução das tecnologias e para manter uma governança corporativa mais estruturada e competente.
Para ajudar sua operadora a acompanhar essas mudanças, reunimos neste artigo algumas das principais tendências apontadas pelos especialistas para o mercado de saúde suplementar em 2021, com atenção especial àquelas focadas em prevenção de doenças, promoção da saúde e medicina preventiva.
Confira a seguir.
1. O paciente como cliente
Os beneficiários de planos de saúde estão cada vez mais exigentes para receber serviços que reflitam suas condições e preferências.
De maneira geral, eles têm buscado nos serviços de saúde a mesma comodidade e conveniência oferecidas por outras empresas de diferentes áreas.
Mais praticidade, menos perda de tempo e um atendimento realmente personalizado são algumas das exigências por parte do paciente como consumidor.
É isso que eles esperam encontrar nas operadoras de saúde suplementar.
Colocar o paciente/cliente no centro do negócio é o principal requisito dentro do conceito de value-based healthcare, ou seja, o cuidado baseado em atribuir valor, no presente e no futuro, para o usuário.
Um estudo recente da consultoria KPMG reforça a ideia de que a demanda do paciente deve orientar serviços de saúde e que um dos maiores desafios para as operadoras será mudar a forma como enxergam esse consumidor.
2. Atenção primária ganha importância
Segundo alguns especialistas na área, veremos aumentar a demanda por operadoras de saúde com produtos de atenção primária, principalmente entre as populações presentes em zonas de grande contaminação pelo novo coronavírus.
Dessa forma, no momento em que superarmos a crise decorrente da pandemia de Covid-19, uma alternativa para ampliar mercado será criar produtos e serviços de atenção primária para a assistência de públicos específicos.
Tendo por base a integralização do cuidado, esse movimento pode ajudar as operadoras a equilibrar despesas e custos assistenciais, especialmente neste momento em que ocorre uma redução no número de usuários dos planos de saúde.
A atenção primária também é o carro-chefe de uma outra tendência apontada pelos especialistas para os próximos anos: a criação de clínicas populares na saúde suplementar.
Um estudo realizado em 2020 pela Bateleur Assessoria Financeira indica que este é um dos caminhos possíveis para oferecer uma alternativa de cobertura privada a pessoas que ainda não possuem plano de saúde.
Segundo a consultoria. esse tipo de prestador de serviços de baixa complexidade pode vir a experienciar um grande potencial de crescimento após a pandemia de Covid-19.
A partir de 2021 as clínicas populares já devem começar a competir com o SUS na atenção básica, segmento em que o serviço público apresenta atualmente um baixo nível de disponibilidade e satisfação.
3. Medicina personalizada e saúde populacional
Nos próximos anos, novas tecnologias para gestão de saúde populacional e medicina personalizada vão impactar profundamente a relação médico/paciente.
A integração dos dados de saúde, a medicina preditiva e os avanços genéticos tendem a reduzir a imprevisibilidade na área da saúde.
Nesse sentido, uma das principais tendências será utilizar sistemas de informação capazes de analisar o perfil de utilização por beneficiário.
Isso permitirá às operadoras desenvolver ações mais focadas em prevenção, promoção da saúde e diagnóstico precoce, o que contribui consideravelmente para reduzir a taxa de hospitalização e uso excessivo de serviços médicos.
A ideia é desenvolver estratégias que permitam garantir a saúde dos beneficiários a um custo menor, como o uso de redes preferenciais e restritas, porta de entrada e gestão de high users, por exemplo.
Ao mesmo tempo, com a popularização dos testes genéticos, teremos uma personalização cada vez maior dos serviços de saúde, o que possibilitará oferecer tratamento customizado e mais eficiente com base na análise do DNA.
A queda vertiginosa nos custos do sequenciamento genético tornou possível elaborar tratamentos e medicamentos capazes de curar uma doença grave como o câncer a partir do código genético do paciente e do agente causador da doença.
4. Cuidados inteligentes e saúde 4.0
O fortalecimento do conceito de cuidados inteligentes vem mudando a forma de pensar da indústria, com a inserção de novas tecnologias e novas abordagens no serviço de saúde.
As tecnologias digitais estão revolucionando o setor de saúde, oferecendo serviços cada vez mais focados no paciente e com melhor relação custo-benefício.
Isso se insere no contexto da indústria 4.0, que vem trazendo uma série de novos conceitos a diversos mercados (internet das coisas, big data, armazenamento, acessibilidade e compartilhamento, entre outros).
Dentro desse contexto, o que podemos chamar de “saúde 4.0” envolve novas soluções tecnológicas e operacionais que influenciarão diretamente no desenvolvimento de novos tratamentos, no monitoramento de pacientes e na gestão de recursos nas unidades de saúde.
Destacamos a seguir algumas dessa soluções, que já são uma realidade em diversas empresas no Brasil e no mundo:
- O conceito de “hospital sem papel”, que implica no maior uso da tecnologia de informação desde o pronto-atendimento até a alta do paciente.
- A evolução das ferramentas para auxiliar e apoiar a decisão médica durante procedimentos, envolvendo novas tecnologias de diagnóstico por imagem e robótica para cirurgias. Um exemplo é a plataforma de computação cognitiva Watson for Oncology, criada pela IBM, que já vem sendo adotada por alguns hospitais brasileiros.
- Uma cadeia de suprimentos mais eficiente, com softwares de gestão e sistemas hospitalares que utilizam a tecnologia da informação e comunicação para otimizar processos e reduzir a necessidade de capital de giro nas empresas de saúde.
- A aplicação crescente do conceito de “internet das coisas” na saúde, na forma de dispositivos que podem ser utilizados por pacientes no seu dia-a-dia e conectados a sistemas de monitoramento remoto.
- Total integração de dados nos hospitais e unidades de atendimento para dar suporte à tomada de decisão por meio de análises avançadas de informações de saúde, muitas delas utilizando inteligência artificial.
- Popularização da tecnologia de impressão 3D para a produção de órteses, próteses e materiais especiais, além de instrumentos médicos customizados de acordo com a necessidade de cada paciente ou procedimento.
- Ampliação do uso da telemedicina para o fornecimento de informação e atenção médica a pacientes e profissionais de saúde situados em locais distantes. Seja para teleconsultas, teleorientação, exames de rotina ou em situações de urgência, esta será uma exigência cada vez maior por parte dos pacientes, principalmente depois de terem experimentado o serviço durante a pandemia.
5. Sustentabilidade operacional-financeira
Outra tendência apontada pela consultoria KPMG é a necessidade de otimização do parque instalado, bem como a busca por uma maior eficiência operacional-financeira das operadoras de saúde.
Em entrevista ao portal da Medical Fair Brasil, o sócio-diretor de saúde da KPMG no Brasil, Daniel Greca, afirmou que se as operadoras não conseguirem entender e regular o paciente no sistema é provável que a utilização dos serviços aumente ainda mais depois da pandemia de Covid-19.
Segundo Greca, o envelhecimento populacional e o avanço das comorbidades entre pacientes crônicos já vinham pressionando o sistema de saúde suplementar na direção de um aumento no consumo.
Com a suspensão de consultas, tratamentos e cirurgias eletivas durante a pandemia, a tendência é que este quadro se agrave nos próximos anos.
“Nesse pós-pandemia, se tudo isso que ficou represado não for devidamente gerenciado, o consumo pode ficar ainda mais desenfreado e a população pode ficar ainda mais doente”, afirmou Greca.
Para o mercado de saúde suplementar, essa situação poderá trazer um impacto considerável na sustentabilidade financeira das empresas.
Sendo assim, para garantir a sustentabilidade de suas operações, cada vez mais as operadoras precisarão garantir aos pacientes o cuidado certo na medida certa.
E como se faz isso?
Entendendo melhor a sua carteira de beneficiários para criar serviços e modelos assistenciais voltados às reais necessidades da população atendida.
Esperamos que depois da leitura deste artigo, você esteja preparado para ajustar as estratégias da sua operadora e enfrentar de modo proativo as mudanças que se desenham para o mercado de saúde suplementar.
E se você procura uma ferramenta capaz de ajudar sua empresa a atender essas novas demandas sob o ponto de vista da promoção da saúde e da medicina populacional, visite nosso site e conheça o Previva.
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