O diabetes em mulheres é mais comum que nos homens: o que sua operadora pode fazer com essa informação?
A última edição da pesquisa Vigitel Brasil, divulgada este ano pelo Ministério da Saúde, apontou uma frequência maior do diabetes em mulheres do que em pacientes do sexo masculino. Mas você sabe por que isso ocorre? E como esse dado pode influenciar a estratégia de medicina preventiva da sua operadora de saúde?
Segundo o estudo, na última década o número de pessoas com diabetes no país cresceu assustadores 61,8%. Em 2006, a porcentagem de diabéticos não ultrapassava 5,5% da população. Dez anos depois, em 2016, eles já representavam 8,9% dos brasileiros. Esse avanço preocupa os gestores de saúde, que vêm buscando soluções para reduzir o crescente custo do diabetes para as operadoras.
Na divisão por sexo, a pesquisa mostra que as mulheres tradicionalmente apresentam mais diagnósticos da doença. O número de casos registrados de diabetes na população feminina passou de 6,3% em 2006 para 9,9% em 2016. Entre os homens, o avanço foi semelhante, mas o percentual de indivíduos afetados pela doença é menor na comparação: em uma década, os casos passaram de 4,6% para 7,8%.
Mas por que o diabetes em mulheres é mais frequente?
Nos casos de diabetes tipo 2, que representam mais 90% de todos os diagnósticos registrados, os principais fatores de risco – com exceção do histórico familiar – são diretamente ligados à influência dos hábitos do dia-a-dia, como a inatividade física e a alimentação rica em calorias e gorduras. E é no quesito “atividade física” que as mulheres estão em desvantagem.
Um estudo realizado por um grupo de pesquisadores da Oregon State University e da Bellarmine University, nos EUA, analisou mais de mil indivíduos com o objetivo de comparar a prevalência de fatores de risco para doenças metabólicas de acordo com o sexo. Uma das conclusões foi que as mulheres em geral são mais sedentárias que os homens.
Entre os indivíduos pesquisados, foi identificada uma disparidade de 12 minutos na média diária de exercício físico realizada pelos homens e pelas mulheres. Enquanto eles atingiram uma média de 30 minutos de atividade física intensa por dia, o estudo apontou que as mulheres costumam se exercitar por apenas 18 minutos, em média.
Para complicar a situação das mulheres, outra pesquisa, publicada no Journal Of Apllied Psychology, demonstrou que a prática de atividade física influi de forma positiva nos hábitos alimentares. Os pesquisadores descobriram que os indivíduos que praticam exercícios físicos de forma intensa ou moderada são menos propensos a comer em excesso do que aqueles que não se exercitam.
Estas condições expõem as mulheres a um maior risco de desenvolver a síndrome metabólica, uma série de condições de saúde relacionadas entre si (como pressão alta, excesso de colesterol e de gordura abdominal) e que podem levar ao desenvolvimento não apenas do diabetes, mas também de doenças cardiovasculares e depressão.
O risco do diabetes na gravidez
Outro fator que faz o diabetes em mulheres ser mais frequente é o risco de desenvolver a doença durante a gravidez. O diabetes gestacional é caracterizado pela elevação no nível de glicose no sangue (hiperglicemia) que é detectada pela primeira vez na gestação.
Esta condição ocorre em cerca de 4% das mulheres grávidas e geralmente é curado naturalmente após o parto. Contudo, toda gestante que desenvolveu o diabetes gestacional apresenta riscos maiores de ter diabetes tipo 2 no futuro. Dessa forma, é importante manter os cuidados com a alimentação, a prática de atividades físicas e o acompanhamento da glicemia mesmo após ter o bebê.
Tanto a gestante que já tem a doença quanto a mulher que desenvolve o diabetes durante a gestação apresentam uma gravidez de maior risco, incluindo uma chance maior de parto prematuro. Nesses casos, é necessário um acompanhamento especial para evitar maiores complicações tanto para a mãe quanto para o bebê.
Sintomas do diabetes em mulheres
Além dos sintomas que são comuns a ambos os sexos, as mulheres que desenvolvem o diabetes tipo 2 apresentam também alguns sintomas específicos. É importante que a sua operadora de saúde esteja atenta para estes indicadores para poder atuar diretamente na redução de riscos com foco nas mulheres.
Alguns dos sintomas do diabetes específicos para o sexo feminino são:
- Infecções por fungos vaginal e oral e candidíase vaginal
- Infecções urinárias
- Disfunção sexual feminina
- Síndrome do ovário policístico
O que sua operadora pode fazer?
Com relação aos fatores de risco para o diabetes tipo 2, as operadoras de saúde devem redobrar os cuidados e as ações de prevenção voltados às mulheres, pois ficou demonstrado que a doença costuma impactar mais negativamente no público feminino.
Um exemplo disso é o dado, também apontado pelos pesquisadores norte-americanos, de que as chances de um paciente diabético desenvolver doenças cardiovasculares é 44% maior se ele for do sexo feminino. A combinação de um quadro de diabetes com hipertensão, em especial, deve ser motivo de monitoramento constante.
Por isso, sua operadora deve desenvolver algumas estratégias específicas de medicina preventiva voltadas para este público. Dentro dos programas de prevenção e controle do diabetes, reserve um momento especial para reforçar esta prevalência maior entre o sexo feminino e busque alertar tanto as mulheres quanto seus companheiros sobre o problema.
Na análise do perfil epidemiológico dos seus beneficiários, procure criar indicadores para os sintomas específicos listados acima e fique atento para a evolução da doença entre o público feminino. Se você detectar um alto índice de diabetes em mulheres na sua operadora, porque não pensar em criar um programa de prevenção específico para elas?
Atenção especial às gestantes
O assunto “diabetes” também deve ter destaque dentro dos grupos de apoio à gestante. Recomendamos fazer um encontro dedicado a esta questão e até mesmo disponibilizar medidores de glicose para fazer o teste glicêmico com as participantes.
Para aquelas com diagnóstico de diabetes gestacional, deve-se oferecer orientações sobre como manter esse risco sob controle durante a gestação, além de indicar as medidas preventivas que devem ser mantidas após o parto. Para saber mais, baixe o e-book que preparamos sobre como montar um grupo para gestantes na sua operadora.
Se você é gestor da área de medicina preventiva e está em busca de ferramentas para reduzir a incidência do diabetes em mulheres (e nos homens também), não deixe de conferir o e-book:
Como montar um programa de prevenção e controle do diabetes
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