Por que sua operadora deve investir na prevenção da doença renal crônica?
A doença renal crônica (DRC) já é considerada uma epidemia pelas autoridades de saúde no país. O número de casos vem aumentando de forma acelerada e hoje um em cada dez brasileiros já sofre da doença, segundo estimativa da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN).
Só no Brasil, mais de 20 mil pessoas começam tratamento de hemodiálise ou diálise peritoneal a cada ano.
No total, cerca de 133 mil brasileiros dependem de algum tipo de diálise para manter o funcionamento dos rins. Esse número, de acordo com a SBN, cresceu 100% nos últimos dez anos.
A situação fica ainda mais grave quando se sabe que cerca de 70% dos portadores de disfunção renal no Brasil ainda não foram diagnosticados.
Apesar de 85% dos tratamentos de hemodiálise ser financiado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) – com um gasto próximo dos R$ 2,2 bilhões/ano – o sinal de alerta já acendeu também para as operadoras da rede suplementar.
Estrutura para diálise ainda é pequena
Mesmo com todos os esforços (e custos) empenhados no tratamento, a mortalidade dos pacientes renais que se submetem à diálise está próxima dos 15%.
E, por conta da detecção tardia da doença, a taxa de mortalidade é ainda maior entre pacientes que estão iniciando a terapia.
Isso mostra como são importantes as ações de rastreamento e diagnóstico precoce, além do monitoramento de fatores de risco e a promoção de campanhas visando a prevenção da doença renal crônica.
É fundamental trabalhar para reduzir a demanda por diálises, que vem crescendo a cada ano sem que a estrutura das redes de saúde consiga acompanhar este avanço.
No Brasil, apenas 7% dos municípios dispõe de serviços de diálise.
Diagnóstico precoce e fatores de risco
Como a DRC é considerada uma “doença silenciosa”, com poucos sintomas específicos, é crucial monitorar grupos de risco para poder detectá-la ainda em seus estágios iniciais.
Segundo os especialistas na área, estes são os principais fatores de risco para doença renal crônica:
- hipertensão arterial
- diabetes mellitus
- envelhecimento
- histórico familiar
Quadros de obesidade, dislipidemia e tabagismo tendem a acelerar a evolução da doença, levando os pacientes a necessitar de Terapia Renal Substitutiva (TRS), que inclui os dois tipos de diálise e também o transplante renal.
Promover e popularizar o exame de creatinina entre as pessoas que fazem parte desses grupos de risco é uma das soluções sugeridas pela Sociedade Brasileira de Nefrologia para prevenção e controle da doença renal crônica.
Com essas e outras ferramentas de diagnóstico precoce é possível atrasar a evolução da doença, permitindo que o paciente chegue a uma idade mais avançada sem precisar de diálise ou transplante.
Custos da doença renal crônica
Segundo a última edição do Mapa Assistencial publicado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o número de hemodiálises realizada em pacientes crônicos cresceu 57% entre 2013 e 2018, passando de 1,5 milhões para 2,3 milhões de procedimentos por ano.
Para se ter uma ideia do custo que esse avanço representa para os sistemas de saúde, tomamos como referência um estudo publicado em 2016 que analisou o impacto econômico entre as modalidades de terapia renal substitutiva no Brasil.
Segundo os dados levantados pelos pesquisadores, um paciente no primeiro ano de terapia de hemodiálise representa um custo médio de R$ 36.267,54 para o SUS.
No caso das operadoras de saúde suplementar, esse custo chega a R$ 70.267,42 por paciente/ano.
Apesar da maioria dos tratamentos ainda ser feito pelo SUS, o fator custo reforça a necessidade de se trabalhar a prevenção da doença renal crônica também na saúde suplementar.
Principalmente se considerarmos que, desde dezembro de 2018, os pacientes com insuficiência renal passaram a ser isentos de taxas de coparticipação nos planos de saúde.
Métodos de prevenção da doença renal crônica
Além de promover a detecção precoce da DRC, os gestores de saúde devem trabalhar para prevenir a doença atuando principalmente junto aos beneficiários de alto risco.
Nesse contexto, os programas de controle de diabetes, hipertensão, obesidade, doenças cardiovasculares e tabagismo ganham uma importância ainda maior.
É neles que a operadora vai procurar pacientes elegíveis para participar de uma campanha ou programa específico para a prevenção da doença renal crônica.
Após selecionar os integrantes do grupo de risco, a operadora deve trabalhar com eles por meio das seguintes ações:
- Promover a identificação precoce da disfunção renal;
- Promover a detecção e correção de causas reversíveis da doença renal;
- Instituir intervenções para retardar a progressão da DRC;
- Identificar os pacientes que necessitam avaliação com especialista para diagnóstico etiológico e estadiamento da função renal;
- Fazer um acompanhamento em conjunto com especialistas visando a prevenção das complicações crônicas da doença e comorbidades em comum.
Na prevenção secundária e terciária, outras medidas devem ser adotadas quando tratamos com pacientes renais crônicos:
- Prevenir distúrbios hemodinâmicos: evitar desidratação (diarreia, vômitos, diminuição da ingestão líquida, uso excessivo de laxantes e diuréticos) e hipotensão arterial;
- Evitar o uso de agentes nefrotóxicos especialmente antibióticos aminoglicosídeos (gentamicina, garamicina, amicacina) e anti-inflamatórios não esteroides de qualquer espécie;
- Prescrever antibióticos com cautela em pacientes portadores de insuficiência renal, idosos e consultar se há necessidade de correção da droga pelo clearance estimado de creatinina;
- Realizar hidratação nos pacientes com indicação de uso de contraste radiológico endovenoso. Solicitar a dosagem de creatinina nos portadores de insuficiência renal, cardíaca, hepática e idosos, lembrando que nesses casos a hidratação é realizada com cautela.
Se a sua operadora ainda não dá a devida atenção ao avanço da insuficiência renal no país, saiba que esta deve ser a quinta causa mais comum de mortes no país até 2040, segundo a previsão da Sociedade Brasileira de Nefrologia.
Considerando que mais de 15 milhões de brasileiros já apresentam algum grau de comprometimento nos rins, conclui-se que a prevenção e o controle da doença renal crônica vai requerer muito planejamento e estratégia por parte dos gestores de saúde.
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