Por que os gastos das operadoras de saúde vêm crescendo mesmo com a queda no número de usuários?
De 2014 a 2019, o volume de recursos despendidos pelas operadoras de saúde brasileiras para cobrir custos assistenciais subiu de R$ 105 bilhões para R$ 179 bilhões ao ano.
O crescimento de 70,8% nas despesas durante o período foi acompanhado por um aumento de 28,1% no número de procedimentos por beneficiário e de 37,7% no gasto por usuário.
Este é o quadro registrado na Análise Especial do Mapa Assistencial da Saúde Suplementar no Brasil entre 2014 e 2019, realizada pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).
O relatório foi publicado pelo IESS em novembro de 2020 e tem como base os números do Mapa Assistencial da Saúde Suplementar, divulgado anualmente pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Além de destacar o impacto no desempenho financeiro das operadoras, o estudo ainda compara os dados brasileiros com a realidade do mercado de saúde em outros países.
O objetivo é avançar nas discussões sobre como racionalizar o uso dos serviços de saúde e reduzir os custos assistenciais, tendo como base o investimento na prevenção de doenças e na promoção da saúde.
Mais despesas, menos beneficiários
Segundo a análise do IESS, no período de cinco anos as despesas com terapias e outros atendimentos ambulatoriais mais que dobraram, registrando aumento de 150,0% e 107,4%, respectivamente.
O segundo maior crescimento se deu nas despesas com internações (alta de 70,1%), seguido pelos gastos com consultas em pronto-socorro (61,8%) e com exames complementares (59,6%).
Por outro lado, no mesmo intervalo de tempo, o número de brasileiros com plano de saúde caiu de 50,1 milhões para 47,0 milhões, o que corresponde a uma redução de 6,1% no público das operadoras.
São números mais do que suficientes para disparar um sinal vermelho nas operadoras de saúde, que já perceberam o risco desse cenário para a sustentabilidade financeira das suas operações.
Mas por que isso ocorre?
O que está causando tamanho aumento nos gastos das operadoras?
E, principalmente, o que sua operadora pode fazer para reduzir essas despesas?
O impacto financeiro das internações
Na saúde suplementar brasileira, as internações representam hoje uma parcela muito pequena da quantidade total de procedimentos assistenciais realizados a cada ano.
Estamos falando de menos de 1%.
Ainda assim, elas são as maiores geradoras de despesas em termos financeiros.
Crescendo a cada ano, os gastos com internações chegaram a R$ 80,4 bilhões em 2019, o que representa 44,8% do total das despesas assistenciais do setor.
É cada vez mais difícil racionalizar o uso dos serviços
Além do aumento nas despesas, o estudo do IESS também apontou um aumento na quantidade de procedimentos de assistência médico-hospitalar realizados de 2014 a 2019.
O número total de procedimentos/ano passou de 1,19 bilhão para 1,43 bilhão, um crescimento de 19,6% em cinco anos.
No mesmo período, o número de procedimentos por beneficiário aumentou 28,1%.
Se em 2014 cada beneficiário fazia em média 14 exames complementares por ano, em 2019 essa média saltou para 19 exames/ano.
O que chama a atenção na análise é o fato de que o número total de procedimentos de assistência médico-hospitalar continuou subindo mesmo com a queda no número de beneficiários de 2014 a 2019.
No período, foi registrado um aumento no número de exames complementares (28,7%), de terapias (27,7%), de internações (13,9%), de outros atendimentos ambulatoriais (4,9%) e de consultas médicas (3,7%).
A fato de a quantidade de exames ter aumentado mesmo com a redução no número de beneficiários no período explica-se em parte devido ao processo de envelhecimento populacional.
O aumento da expectativa de vida dos brasileiros ao longo dos anos fará com que o país chegue ao ano de 2060 com mais idosos do que jovens na sua população.
Diante dessa perspectiva, os gestores de planos de saúde precisam se preparar para atender um número crescente de beneficiários mais velhos, que vão demandar cada vez mais consultas, exames e internações.
Consciência ou superutilização?
Além de uma maior longevidade dos brasileiros, outro possível motivo para o aumento no número de procedimentos assistenciais é a conscientização do usuário de planos de saúde.
Os dados apontados pelo estudo do IESS podem significar que o público está mais consciente sobre cuidados com a saúde e prevenção de doenças.
Cada vez mais, as pessoas utilizam os serviços da saúde suplementar preferem ter um bom acompanhamento médico ao longo da vida do que realizar visitas pontuais ao pronto-socorro.
Ainda assim, as operadoras precisam ficar atentas para evitar o que se conhece por overuse, ou seja, a superutilização de exames e procedimentos.
Diante desse quadro, é fundamental que a sua operadora busque estratégias para racionalizar a utilização do plano, reduzindo a necessidade de internações e exames de alta complexidade.
O papel da promoção da saúde
Adotar programas de promoção da saúde e prevenção de doenças tem se mostrado o caminho mais eficaz para frear o avanço dos gastos assistenciais das operadoras.
A ideia é investir na saúde e não na doença.
Atualmente, com o auxílio da tecnologia, está cada vez mais fácil organizar programas de saúde e ações preventivas que sejam realmente efetivos para reduzir os custos assistenciais da operadora.
Utilizando um sistema especializado em medicina preventiva, é possível inclusive analisar o perfil epidemiológico de cada usuário e direcioná-lo automaticamente para programas que atendam suas necessidades específicas.
É o que chamamos de cuidados inteligentes!
Com eles, sua operadora será capaz de reduzir a demanda por serviços mais complexos (e caros) e controlar os custos assistenciais oferecendo o tratamento adequado ao paciente certo, no momento e local certos.
Agora, que tal conhecer a ferramenta ideal para fazer isso?
Entre em contato
Solicite uma demonstração ou deixe sua mensagem
Ficou com dúvida sobre o Previva?