Diabetes em idosos aumenta o risco de perda de memória a partir dos 50

O diabetes tipo 2 está ligado a uma série de complicações que podem comprometer a saúde e as habilidades de autocuidado, principalmente para os pacientes idosos.

Entre essas complicações está a relação direta entre a doença e danos na memória em pessoas com mais de 50 anos.

É o que afirma um estudo publicado em outubro de 2020 no Journal of Diabetes por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Os pesquisadores selecionaram 1.944 indivíduos diagnosticados com a doença que participaram do Estudo Longitudinal de Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil) e neles aplicaram testes de memória, função executiva e linguagem, incluindo uma série de questões que detectam maior ou menor prejuízo nessas funções.

Quer saber quais foram os resultados? Continue lendo este artigo.

diabetes em idosos causa danos a memoria

Sintomas de perda de memória pioram com o tempo

Os participantes da pesquisa foram divididos em três grupos:

  • não diabéticos, segundo o exame de hemoglobina glicada;
  • diabéticos diagnosticados, que relataram já ter identificado a doença em consulta com um profissional de saúde;
  • diabéticos não diagnosticados, que descobriram a doença no exame feito para o estudo.

Apesar de não identificar perdas significativas da fluência verbal e da função executiva nos três grupos, o estudo apontou uma incidência 49% maior de danos de memória entre os diabéticos já diagnosticados.

Considerando também o grupo de não diagnosticados, essa relação diminui para 38% – o que ainda é um resultado bastante significativo.

Os pesquisadores acreditam que isso ocorre porque a maior parte dos não diagnosticados está exposta à doença há menos tempo e por isso ainda não sofre tanto suas consequências.

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Como o diabetes afeta a memória dos idosos?

O excesso de glicose no sangue (hiperglicemia) causada pela doença provoca alterações vasculares, que com o passar do tempo acabam gerando microlesões no córtex cerebral.

Pacientes que convivem por muito tempo com o diabetes também podem formar placas nos vasos sanguíneos, o que compromete a circulação sanguínea no cérebro e causa inflamações.

Como o diabetes também causa crises de hipoglicemia (queda na taxa de glicose), reduzindo a energia disponível para as células do sistema nervoso central, há ainda o risco de danos cognitivos causados por morte celular.

Uma das estruturas cerebrais mais afetadas pela doença é o hipocampo, área responsável pelo armazenamento das memórias e relacionado com a localização espacial.

Além disso, o diabetes diminui a chamada transmissão colinérgica, que também atua no processo de formação da memória.

A importância do diagnóstico precoce

Apesar de não ter sido encontrada associação com a perda de função executiva e da linguagem, os pesquisadores observam que outros estudos já mostram que o declínio da memória é apenas o primeiro sintoma dos danos cognitivos causados pelo diabetes, que tendem a se agravar com o tempo.

Esta é uma revelação de grande importância para as operadoras de saúde que investem em ações preventivas para reduzir os danos causados pela doença.

Como a memória é um indicador precoce de comprometimento cognitivo, é fundamental promover o diagnóstico precoce do diabetes e reconhecer seu impacto negativo na função cognitiva o mais cedo possível.

Ao ser diagnosticado, o beneficiário diabético já deve ser encaminhado para um programa específico de cuidados para controlar o avanço da doença.

Dessa forma é possível evitar que o paciente fique exposto por muito tempo a altas glicemias que podem acelerar os danos à memória.

Por se tratar de uma doença crônica que pode desencadear diversos outros problemas além da perda de memória, os gestores de saúde precisam entender todos os fatores que podem levar ao aparecimento do pré-diabetes e do diabetes não diagnosticado e atuar o quanto antes com medidas preventivas.

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