Crônicos complexos: por que sua operadora deve focar nesse grupo?
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) têm se tornado cada vez mais comuns entre a população brasileira, abrangendo todos os níveis etários e apresentando um grande desafio para a gestão da saúde.
Em geral, são doenças que não se resolvem apenas com terapia medicamentosa e continuam a causar episódios de incapacidade e diminuição de produtividade, impactando toda a sociedade.
Por requerem níveis de cuidados permanentes e implicarem em custos diretos e indiretos, elas afetam não apenas os pacientes, mas também seus cuidadores, empregadores e o próprio sistema de saúde.
Entre os pacientes crônicos, aqueles que mais demandam a atenção dos profissionais da saúde são os chamados crônicos complexos, que apresentam mais do que uma morbidade ou várias complicações decorrentes da mesma doença.
Neste artigo, vamos explicar por que as operadoras de saúde devem voltar sua atenção a esse grupo e como se organizar para proporcionar acompanhamento e tratamento mais efetivo para os beneficiários nessa condição.
O que são pacientes crônicos complexos
Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), um paciente crônico em situação de complexidade é aquele apresenta um conjunto de agravos envolvendo multimorbidades e comprometimentos funcionais que demandam ações específicas de saúde.
Algumas características importantes desse grupo de pacientes são:
- a presença de várias enfermidades crônicas concorrentes;
- a grande utilização de serviços de hospitalização urgente com diferentes episódios de ida ao hospital durante um mesmo ano;
- a presença de determinadas enfermidades como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) ou insuficiência cardíaca;
- diminuição da autonomia pessoal temporária ou permanente;
- polimedicação.
Um desafio para o sistema de saúde
As patologias crônicas são um fenômeno complexo que implica na associação de vários problemas, entre eles a gestão inadequada da doença, o regime terapêutico não otimizado e a falta de adesão por parte do doente.
Sob o aspecto da gestão de saúde, um doente crônico complexo requer a atenção de vários profissionais e cuidados continuados que diferem dos cuidados prestados a doentes crônicos com condições simples.
A existência de mais de uma morbidade ou várias complicações da mesma doença aumenta o risco de interações medicamentosas em consequência da polimedicação.
A própria complexidade da medicação faz com que esses pacientes tenham uma tendência maior a não aderir aos tratamentos terapêuticos, que acabam não tendo um resultado efetivo.
O crônico complexo apresenta situações de necessidade, incapacidade e limitações funcionais únicas, que requerem uma gestão frequente, planejada e multidisciplinar.
Em sua maior parte, a saúde suplementar no Brasil não está preparada adequadamente para atender a esse tipo de paciente, pois muitas operadoras costumam focar apenas na resolução de uma doença crônica ou em sua exacerbação pontual, sem que esse tratamento faça parte do cuidado integral do doente.
Mas o fato é que uma pequena minoria de beneficiários com condições crônicas complexas é responsável pela grande maioria dos custos assistenciais para os sistemas de saúde.
Ou seja:
Quem utiliza grande parte dos recursos, tanto na rede pública quanto nas operadoras da rede suplementar, é um número relativamente pequeno de pessoas. Além de custarem mais para o sistema, são eles os que mais sofrem com problemas de saúde crônicos.
Portanto, seja por razões sanitárias, humanitárias ou econômicas, os pacientes crônicos complexos devem receber atenção singular por parte dos serviços de saúde.
Gestão de caso: um modelo de tratamento
Segundo as orientações do Ministério da Saúde para os cuidados da pessoa com doença crônica, a melhor estratégia para tratar e acompanhar condições crônicas complexas ou de alto risco é por meio da gestão de caso.
A operadora deve definir uma equipe de saúde multidisciplinar, coordenada por um gestor de caso, que vai se responsabilizar pelo paciente crônico complexo durante todo o seu processo clínico, fazendo julgamentos sobre a necessidade da atenção e sobre os serviços prescritos e recebidos.
Assistentes sociais e enfermeiros são os profissionais mais indicados para a função de gestor.
Suas tarefas incluem reunir e coordenar a equipe para a análise da situação; elaborar o plano de cuidado; planejar a utilização dos recursos, o acompanhamento e a avaliação; organizar a periodicidade da discussão do caso, além de fornecer subsídios sociais e dados que contribuam para o diagnóstico e o acompanhamento.
Tudo com o intuito de propiciar uma atenção de qualidade e humanizada, de acordo com as necessidades individuais do paciente. Trata-se, portanto, de um processo cooperativo e de uma relação personalizada entre o gestor de caso e o usuário do serviço de saúde.
Os principais objetivos da gestão de caso são:
- atender às necessidades e expectativas de usuários em situação especial;
- aumentar a capacidade funcional do paciente;
- preservar a autonomia individual e familiar;
- aumentar a qualidade do cuidado;
- diminuir a fragmentação da atenção;
- facilitar a comunicação com os prestadores de serviços
- coordenar o cuidado em toda a rede de atenção à saúde.
Evidências científicas mostram que a gestão de caso apresenta resultados sanitários e econômicos positivos principalmente quando aplicada no contexto da Atenção Primária à Saúde (APS).
Para os crônicos complexos, a principal vantagem dessa abordagem é reunir sob uma mesma gestão profissionais que devem atuar de forma coordenada para despender recursos e esforços da maneira mais eficaz possível.
Para integrar o cuidado, coordenar as ações e prestar o serviço certo na hora certa, o gestor de caso deve estar a par de todas as recomendações e cuidados relativos ao paciente, como por exemplo:
- exames a serem feitos em diferentes serviços em datas variadas;
- medicamentos a serem utilizados em horários e quantidades variadas;
- cuidados com dietas;
- datas e horários de comparecimentos aos serviços de saúde.
Depois de selecionados os casos que necessitam desse modelo de gestão, o profissional responsável deve identificar as necessidades particulares do paciente e, com base nelas, elaborar um plano de cuidado.
Esse plano deve ser monitorado ao longo do tempo e ter metas claras que possam ser avaliadas por meio de indicadores de saúde.
O monitoramento pode ser feito de forma presencial (por meio de consultas ou visitas domiciliares), por telefone ou por e-mail, tendo o cuidado de verificar constantemente se as necessidades da pessoa e de sua família estão sendo satisfeitas.
Agora que você já sabe porque os crônicos complexos merecem atenção especial dos serviços de saúde, conte para a gente o que sua operadora está fazendo para acompanhar esses pacientes e garantir a qualidade de vida ao longo do tempo.
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