Adolescentes com sobrepeso têm o mesmo risco cardíaco que jovens obesos
Testes de desempenho cardíaco feitos com voluntários entre 10 e 17 anos revelaram que adolescentes com sobrepeso correm tanto risco de desenvolver doenças cardiovasculares quanto jovens obesos.
O estudo coordenado por pesquisadores brasileiros e publicado na revista Cardiology in The Young, da Universidade de Cambridge, apresentou resultados muito parecidos entre os dois grupos reunindo jovens com sobrepeso e obesidade.
Segundo os pesquisadores, até recentemente o sobrepeso na adolescência não era considerado um fator de risco tão importante quanto a obesidade para o desenvolvimento de doenças do coração. Contudo, o resultado da pesquisa demonstrou que os riscos cardiovasculares em ambas as condições são parecidos.
Na pesquisa, uma amostragem de 40 adolescentes foi dividida em dois grupos, com meninos e meninas na mesma proporção e com diferentes valores de escore-z. Esta escala é usada no diagnóstico nutricional de crianças e adolescentes e se baseia no número de desvios padrão acima ou abaixo da média da população na mesma idade.
O primeiro grupo foi composto por adolescentes com sobrepeso, classificados com escore-z +1 e +2 (ou seja, com um a dois desvios padrão acima da média). O segundo grupo reuniu adolescentes obesos, identificados pelo escore-z acima de 2.
Desempenho em exercícios físicos comprova os riscos
Ambos os grupos foram submetidos a um protocolo de exercícios físicos adequados à faixa etária, que incluía caminhada de 20 minutos em uma esteira sem inclinação. O objetivo era alcançar 70% da frequência cardíaca máxima estimada para a faixa de idade.
A variabilidade da frequência cardíaca foi medida antes e depois do exercício, para avaliar a velocidade de recuperação cardíaca autonômica na sequência da atividade física.
Essa medição serve para avaliar o risco de complicações imediatamente após um exercício físico e também permite estimar as chances de desenvolver doenças cardiovasculares no futuro.
Durante os primeiros segundos de exercício ocorre uma redução da atividade do sistema nervoso parassimpático, responsável por estimular ações que relaxam o corpo, como desacelerar os batimentos cardíacos.
Cerca de 50 segundos após o início do esforço físico começa um aumento de atividade no sistema nervoso simpático, que estimula ações de resposta a situações de estresse com os efeitos da adrenalina acelerando os batimentos cardíacos.
Segundo os pesquisadores, quanto maior é o tempo para o sistema nervoso autônomo se estabilizar após o exercício e recuperar a frequência cardíaca normal, maior é a predisposição para doença cardiovascular ou metabólica.
Adolescentes com sobrepeso também estão vulneráveis
O estudo revelou que não existe diferença significativa entre a variabilidade da frequência cardíaca de adolescentes obesos e com sobrepeso.
Análises estatísticas também indicaram não haver diferença entre os resultados obtidos pelas meninas em comparação com a dos meninos.
“As evidências sugerem que os adolescentes com sobrepeso têm a mesma predisposição, ou uma vulnerabilidade muito parecida com a de obesos, de desenvolver uma doença cardiovascular, como hipertensão e insuficiência cardíaca, além de distúrbios metabólicos, como diabetes, dislipidemia e alterações nos níveis de triglicérides e de colesterol”
Vitor Engrácia Valenti, professor da Unesp de Marília e coordenador da pesquisa
Nas últimas décadas, o número de adolescentes obesos vem aumentando em todo o mundo. Nos países desenvolvidos, a taxa de obesidade entre crianças e adolescentes deve quadruplicar até 2030.
No Brasil, a tendência de aumento da obesidade entre jovens não é diferente.
O que sua operadora de saúde está fazendo para evitar o aumento do sobrepeso entre crianças e adolescentes? Acompanhe nosso blog para ter ideias de estratégias e ações na área de promoção da saúde e combate à obesidade.
Entre em contato
Solicite uma demonstração ou deixe sua mensagem
Ficou com dúvida sobre o Previva?